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7 mulheres essenciais (e injustiçadas) da história brasileira

Por Maria Eduarda
Atualizado em 4 jul 2018, 20h32 - Publicado em 29 jan 2018, 17h53

Se nos perguntassem o nome de cinco figuras que tiveram impacto na história, vários nomes nos viriam de bate-pronto – imperadores, ditadores, filósofos, cientistas, antropologistas… todos homens.

É realmente curioso como, num mundo onde a população é composta na maioria por mulheres, figuras desse gênero não recebem seu devido reconhecimento, mesmo que muitos de seus feitos influenciem a sociedade em que vivemos hoje.

Com um pouco de pesquisa, um grupo reduzido (porém existente) de mulheres brasileiras revolucionárias se destaca, e aqui estão algumas dessas que ajudaram a moldar o Brasil como é hoje.

1) D. Leopoldina (1797-1826)

Leopoldina em retrato feito por Josef Krutzinger (Reprodução/Wikimedia Commons)

A esposa de D. Pedro I era uma mulher erudita e bem reconhecida por outras nações, bem mais envolvida com as causas brasileiras, inclusive a independência do Brasil, do que seu marido. Quando veio para a América, trouxe diversos artistas e cientistas austríacos para retratar e estudar a fauna e flora brasileira. Quando algumas províncias, como São Paulo, ameaçavam entrar em conflito com o então príncipe e este estava em viagem, foi ela que assumiu o comando do Conselho do Estado e o controlou para que houvesse paz.

2) Maria Quitéria (1792-1853)

Maria Quitéria em retrato feito por Domenico Failutti (Reprodução/Wikimedia Commons)

Impossibilitada de se alistar nas tropas brasileiras por ser mulher, Maria pegou emprestadas as roupas de soldado do cunhado e se inscreveu para a guerra de independência como “Soldado Medeiros”. Suas habilidades com armas a fizeram um soldado necessário, argumento usado quando seu disfarce caiu e seu pai descobriu o que estava acontecendo.

Maria se destacou nas batalhas de Pirajá, Pituba e Itapuã, levando honras de primeiro-cadete e recebendo a insígnia de Cavaleiro Imperial da Ordem do Cruzeiro. Mesmo com tanto desempenho, Quitéria morreu na miséria e sem reconhecimento.

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3) Maria Felipa de Oliveira (data incerta-1873)

Maria Felipa em retrato de Filomena Modesto Orge (Reprodução/Wikimedia Commons)

Nascida escrava, aprendeu a lutar capoeira e sonhava com um Brasil livre de portugueses. Líder de um agrupamento de 40 mulheres que atuavam na ilha de Itaparica, ela e o grupo construíram trincheiras e vigiaram a entrada da Baía de Todos Os Santos.

Um de seus ataques mais icônicos ocorreu em 1823, quando seduziram soldados lusitanos que tinham a missão de invadir Salvador e os deram surras de cansanção (planta que causa efeito parecido ao da urtiga), além de incendiar todas as suas embarcações. Maria continuou como militante ao longo da sua vida, sendo considerada a “Heroína da independência da Bahia”.

4) Bertha Maria Júlia Lutz (1894-1976)

Bertha Lutz em foto de 1925 (Reprodução/Wikimedia Commons)

Filha de um bacteriologista brasileiro e uma enfermeira inglesa, Bertha Maria foi estudar na Europa ainda menina e entrou em contato com o cenário feminista e sufragista inglês. Tornou-se reconhecida internacionalmente por seus estudos e descobertas sobre anfíbios e sua atuação a favor do direito de voto feminino.

Foi a segunda mulher a ingressar no serviço público e representou a liga brasileira na assembleia-geral da Liga das Mulheres Eleitoras, nos EUA. Foi eleita a vice-presidente da sociedade Pan-Americana. Junto a outras companheiras, fundou a Federação Brasileira pelo Progresso Feminino, que conseguiu o direito ao voto das mulheres dez anos depois de sua formação no governo Vargas. Bertha alcançou até uma cadeira na Câmara dos Deputados, onde defendeu os mesmos princípios feministas.

5) Dandara dos Palmares (data incerta-1694)

Dandara ilustrada pela artista Lole para o livro Extraordinárias, da Editora Seguinte (Reprodução/Editora Seguinte)

Talvez a mais conhecida dessa lista, Dandara foi casada com Zumbi dos Palmares e ajudou a comandar o Quilombo dos Palmares. Dandara se juntou aos fugitivos ainda muito menina, ajudando a montar estratégias de resistência, e foi a figura principal na defesa do Quilombo. Tinha princípios fortes ligados à liberdade e se matou quando foi capturada.

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6) Leolinda Daltro (1859-1935)

Retrato retirado do livro Da catechese dos índios no Brasil. Notícias e documentos para a História. Rio de Janeiro: Typographia da Escola Orsinba da Fonseca, 1920 (Reprodução/Reprodução)

Leolinda foi tachada de “mulher do diabo” na sua época por ocupar todos os cargos militantes possíveis: defendia o direito das mulheres, batia de frente com a Igreja Católica, era separada e com filhos, tinha voz política e, o mais importante de tudo, defendia a inclusão social e educacional dos indígenas. Apoiava que, para eles, houvesse educação completamente laica (diferentemente do que estava acontecendo nas missões jesuítas, ainda no fim dos anos 1800) e a tentativa de um resgate de sua cultura pré-colonização.

Ela criou o Partido Republicano Feminino antes mesmo de mulheres poderem votar, como ação para pressionar que esse direito fosse reconhecido logo. Suas ações começaram a ser desconsideradas graças à ridicularização dada por ser mulher – assim, foi deixada no esquecimento por ser considerada louca.

Em 2013, o estado do Rio de Janeiro instituiu o Diploma de Mulher Cidadã Leolinda de Figueiredo Daltro, concebido anualmente a dez mulheres que se destacaram na luta a favor dos direitos das mulheres.

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7) Anita Garibaldi (1821-1849)

Anita em retrato feito por Gaetano Gallino (Reprodução/Wikimedia Commons)

Seu real legado começou aos 18 anos, quando conheceu o revolucionário Giuseppe Garibaldi, italiano que também lutou na Revolta Farroupilha. Foi chamada de “princesa dos dois mundos” por atuar como guerreira tanto no território brasileiro como na Itália, na batalha de unificação de seu país contra a Áustria.

Na Batalha dos Curitibanos, Anita foi presa e teve oficiais dizendo que seu marido estava morto. Grávida, pediu que a deixassem encontrar o corpo do marido entre os mortos e, com a fé que Giuseppe ainda estivesse vivo e por descuido dos guardas, ela escapou, sobrevivendo na mata por quatro dias sozinha, para então encontrar o esposo (vivo) na cidade de Vacaria. É homenageada com o nome de duas cidades em Santa Catarina, uma praça em Curitiba e em Salvador com o nome de uma avenida.

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