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Você já teve curiosidade de saber o que se passa na mente de um esquizofrênico? O livro A Menina Submersa (Darkside Books, 320 pgs., R$ 29,90) de Caitlin R. Kierman, transporta o leitor para esse mundo por meio da personagem India Morgan Phelps. A jovem adulta – conhecida como Imp – foi diagnosticada com esquizofrenia desorganizada quando ainda era criança. Esse transtorno faz com que a pessoa não saiba diferenciar experiências reais das imaginárias.
Imp ganha a vida vendendo os quadros que pinta e trabalhando como vendedora em uma loja de produtos artísticos. A família dela carrega um histórico de problemas psiquiátricos: a avó Caroline se matou em casa e a mãe, Rosemary Anne, foi abandonada pelo marido por ser louca, antes de ser mandada para um hospital psiquiátrico. Morreu nessas condições, aos 56 anos.
A obra apresenta uma narrativa não-linear – trata-se de um livro escrito dentro de um livro, uma “história de fantasmas”, como Imp gosta de chamar. A escrita da personagem ocorre como desabafo, revelando a que ponto podem chegar seus devaneios. Para o leitor de sua historia assustadora e intrigante, fica o desafio de identificar o que é real na trama e o que é apenas fruto da imaginação de Imp.
A narrativa se complica de modo perturbador, pela falta de foco e pelos medos de Imp. Também nos são apresentados personagens distintos, que passam a se tornar pessoas reais em nossas mentes, como a pintura A Menina Submersa e o seu pintor, Phillip George Saltostall, assim como Albert Perrault e a sua pintura Fecunda Ratis. Também nos deparamos com Abalyn, namorada de Imp, e Eva Canning, a estranha aparição que tanto a perturba.
Vencedor do Premio Bram Stoker Awards 2013, o livro A Menina Submersa é, sem dúvida, uma das obras mais fantásticas e assustadoras já escritas. No final da leitura, você estará tão íntimo de Imp que duvidará até da sua própria sanidade mental.