A Sombra do Vento (Ed. Suma de Letras, 399 pgs., R$ 46,90), de Carlos Ruiz Zafón, é um livro que mescla vários gêneros, carregando traços de um romance aventureiro em alguns momentos e, em outros, os de uma novela gótica. É também uma obra metalinguística, um livro sobre um livro. Entre os personagens do livro real e do fictício, existe uma analogia.
A história é ambientada em 1945, na Barcelona franquista, uma cidade histórica ferida pelas guerras. Lá, se encontram lugares pitorescos, como o Cemitério dos Livros Esquecidos, uma biblioteca secreta com milhões de obras. É neste lugar que o protagonista, Daniel Sempere, de apenas 11 anos, encontra aleatoriamente o livro A Sombra do Vento, escrito por Julian Caráx.
Na simples busca por mais livros desse autor, Daniel se lança em uma história obscura e épica, e acaba desenterrando um universo surpreendente. Lentamente, ele descobre que os livros de Caráx estão sendo queimados por algum malfeitor misterioso. Ao mesmo tempo, ele passa a conhecer a vida de desgraças do autor.
A transformação de Daniel durante o livro é evidente: aos poucos, ele descobre os êxtases que o amor pode trazer e também o poder do moralismo da sociedade em nossas vidas.
A narrativa combina passado e presente, e cabe ao leitor ligar os pontos do mistério por meio das histórias paralelas contadas. Ganhador de vários prêmios e traduzido para mais de 30 idiomas, o livro é indicado para quem gosta de suspense e aventura.