Escritor norte-americano que ficou conhecido após o sucesso de O Lado Bom da Vida, Matthew Quick traz em sua nova obra um drama sobre os difíceis caminhos que tomamos. Perdão, Leonard Peacock (Ed. Intrínseca, 223 pgs., R$ 24,99) faz uma análise sobre todos os problemas descobertos na adolescência, o medo da infelicidade, as decepções, a aceitação e o primeiro amor, trazendo o suicídio como um escape para as frustrações da vida.
Leonard Peacock seria um habitual estudante norte-americano, não fosse pelo desejo de assassinar seu ex-melhor amigo Ashel Beal e cometer suicídio em seguida. Na manhã do seu aniversário, Leonard decide realizar o plano. Para ele, isso irá por um ponto final em todos os seus problemas, traumas e fantasmas.
Logo após presentear Walt, um velho amigo cinéfilo e obcecado por filmes de Humphrey Bogart, o garoto segue para sua escola, onde pretende passar as últimas horas de sua vida e refletir sobre a falta de identidade dos seus colegas e sobre a felicidade adulta.
Herr Silverman tem um papel muito importante na trama. Atencioso e prestativo, o professor que ministra aulas sobre o Holocausto é um dos poucos amigos que Leonard possui – muito diferente de sua mãe, Linda Peacock, que vê o dinheiro como forma de compensar sua falta de atenção com o filho.
O livro é narrado em primeira pessoa, na perspectiva e raciocínio de Leonard, o que torna a leitura mais intrigante e surpreendente. A trama é complexa, dramática e muito bem-humorada, com toques de suspense, principalmente no final. A leitura é bem rápida, já que ficamos ansiosos para descobrir o que levou Leonard a querer matar seu próprio amigo. Mesmo com todo o peso da trama, o garoto lida de forma cômica com todos os seus problemas e frustrações, o que torna a história leve.
Matthew Quick se tornou meu escritor favorito após esse livro. Se pudesse, concederia a ele 10 chicletes, por ser tão brilhante e abordar um tema tão difícil de forma tão sarcástica e engraçada. A vida deve pedir perdão a Leonard por tudo que o garoto enfrentou até aquele momento. Espero que você entenda Leonard, assim como eu o fiz.