Ninguém tem muita paciência para livro de autoajuda… A menos que esteja precisando de opiniões alheias. Parece mais agradável quando a autoajuda se mistura com romance, não? É exatamente nesse estilo que se encaixa o livro Não se Iluda, Não (Ed. Intrínseca, R$ 29,90, 272 págs.).
Trata-se de uma continuação de Não se Apega, Não, no qual o leitor é apresentado à protagonista Isabela (inspirada diretamente na autora Isa Freitas) e também à sua vida. Enquanto Isa narra a sua história com espontaneidade, ela também dá dicas e conselhos que auxiliam pessoas com dúvidas e inseguranças.
O livro começa com uma viagem para a Costa do Sauípe que acaba sendo inesquecível. Isa começa um blog chamado A Garota em Preto e Branco, seguindo seu sonho de escrever. Durante a estadia nos hotéis, os segredos de Pedro, melhor amigo da protagonista, são revelados. Amanda, sua melhor amiga, briga feio com o namorado. Sua prima, Nataly, dá em cima de todo garoto que está por perto. Tudo isso durante alguns dias que foram passados na Bahia. Em compensação, Isa arranja o “garoto perfeito”, Gabriel.
Em meio a tantos sentimentos confusos, a turma volta para o Rio de Janeiro, onde a maioria mora. Durante esse tempo, Isa escreve (e muito!) no blog, que já alcança certo sucesso. Ela usa esse espaço virtual como diário, falando de todos que a rodeiam. Em Juiz de Fora (MG), cidade em que os personagens mais permanecem, diversas complicações e reviravoltas ocorrem, tanto no coração quanto nos relacionamentos.
No decorrer da narrativa, o íntimo da personagem principal é exposto a qualquer um que deseje explorá-lo. Seus anseios, suas mágoas, seus sonhos e suas opiniões ficam explícitos até demais. O tom de autoajuda é muito forte devido aos conselhos que Isa repete para si mesma, como se estivesse tentando reforçar suas ideias e não tivesse certeza do que pensa.
A autora chega a conclusões rasas no final do livro, deixando a desejar que a trama tivesse sido desenrolada de forma mais complexa e imprevisível. Não se Iluda, Não é um livro fácil e rápido de ser lido, mas não é para todos os tipos de leitores. Caso precise de conselhos amorosos, recomendo fortemente. Caso não, melhor não se aventurar.