Resenha: Auggie & Eu – Três Histórias Extraordinárias

Depois do sucesso de Extraordinário, de Raquel J. Palacio, foram lançados outros livros do mesmo universo literário, como 365 Dias Extraordinários, Diário Extraordinário e Auggie & Eu – Três Histórias Extraordinárias (Ed. Intrínseca, 326 págs., R$ 22,40). É importante ressaltar que a obra não é uma continuação, e sim um tipo de spin-off, com algo referente ao futuro de Auggie, mas não explícito, uma vez que o foco não é o menino e sim os personagens de cada uma das três histórias. O livro é uma junção de três e-books publicados individualmente pela autora.

Palacio apresenta um mundo com personagens que não foram explorados em Extraordinário devido à sua importância pequena para o contexto: Julian, Christopher e Charlotte. Julian é quem praticou bullying com August quando ele mudou-se para a escola Beecher Prep, Christopher é o primeiro melhor amigo de Auggie e Charlotte fez parte do comitê de boas-vindas a August quando ele chegou à escola.

Em O Capítulo de Julian, é notado que o menino não tinha as piores intenções do mundo, como muitos podem ter pensado após ler a obra principal. A autora justifica as ações de Julian, sem escolher lados, optando por mostrar como funciona a mente de uma criança. Vários detalhes são descobertos, como os fatos de Julian ter pesadelos e ser sensível. Outro lado da história é visualizado pelos leitores, que talvez passem a simpatizar com Julian.

Já em Plutão, Christopher é apresentado como um garoto ocupado, com pais divorciados e que mora longe de Auggie. Ele sente falta do amigo, mas não tem tempo para ficar gastando atenção com isso. Então um acontecimento faz com que ele pense de novo em como a amizade pode ser importante, por mais que seja difícil às vezes. Chris precisa da ajuda de August em um problema e o garoto extraordinário mostra que também sabe perdoar o afastamento dos amigos.

Em Shingaling, Charlotte é a personagem principal. É uma menina doce, que não maltrata Auggie, mas não chega a ser, de fato, amiga dele. Mesmo assim, descobrir detalhes sobre a vida dela é divertido, pois é uma personagem interessante e com uma narrativa espontânea e carismática. Sua vida é ocupada, mas ela se diverte dançando e procurando por um desconhecido. Assim como Plutão, Shingaling também fala de amizades e do poder do perdão e do aceitamento. Afinal, as coisas mudam e o melhor jeito de lidar com isso é aceitando.

O livro é divertido, além de ser fácil de ler e com linguagem simples. Mesmo assim, retrata sentimentos delicados, que fazem com que até uma criança tenha que se comportar de forma responsável às vezes. É uma boa leitura para se aprofundar nesse universo extraordinário e envolver-se com esses personagens que estão experimentando emoções pela primeira vez. É uma obra para todas as idades.

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