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7 grandes polêmicas de 2015

O ano teve muitos debates. Relembre alguns dos mais marcantes

Por Felipe Germano Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 4 nov 2016, 19h20 - Publicado em 11 dez 2015, 23h00

2015 foi um ano de discussões. Jovens tomaram escolas, ciclistas tomaram as ruas e a internet foi tomada por um vestido. Tudo sempre acompanhado de textões no Facebook, e até alguns bate-bocas offline. Algumas dessas discussões tiveram um vencedor definido, outras permanecem em aberto, mas o fato é que um rastro de debates foi deixado durante o ano. Com 13º, Natal e preparativos do ano novo se aproximando, talvez você já nem se lembre de tudo o que aconteceu. Então reveja, conosco, 7 grandes polêmicas de 2015. Só tenha cuidado para não puxar esses assuntos durante a festinha de reveillon. Pode dar briga.

7- Refugiados  

Refugiada

Em 2015 os conflitos na Síria se intensificaram. A situação ficou tão insustentável que alguns dos moradores decidiram abandonar tudo que tinham para tentar começar a vida em outro lugar. A onda migratória – principalmente para a Europa – foi tão grande que o mundo teve que parar para prestar nos refugiados da Síria e de outros países em situação de guerra.

As reações aos refugiados variaram. Diversas iniciativas se propuseram a acolher e ajudar os imigrantes. O Refugee Phrasebook, o Refugee Air e o Ref Unite são exemplos de projetos que tentam ajudar os refugiados na comunicação, no transporte e na formação de comunidades, respectivamente. No entanto, nem todo mundo reagiu tão bem. Diversos moradores dos países que estavam recebendo os refugiados enxergaram os novos moradores como ameaça financeira e social. Até casos de violência foram registrados.

6- Legalização da Maconha

Maconha

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Em agosto, o Supremo Tribunal Federal começou a votar a descriminalização do porte de maconha. Atualmente, a lei permite a punição apenas de traficantes, porém, não há um limite definido sobre a quantidade máxima que um usuário pode portar, dando margem a ele ser enquadrado como se estivesse vendendo a droga.

Três ministros votaram: Luiz Edson Fachin, Luís Roberto Barroso e Gilmar Mendes – também relator do processo. Todos os três se posicionaram a favor descriminalização da maconha. Mendes, inclusive, se mostrou a favor de ampliar a legalidade à outras drogas. Em seu voto, Barroso também propôs a liberação do cultivo próprio da planta. Na vez de Teori Zavascki votar, o ministro pediu mais tempo para tomar sua decisão, adiando o julgamento por tempo indeterminado.

A questão gerou debate fora do Supremo. Muitos especulam que, se positiva, a decisão possa abrir precedentes para a legalização da comercialização. Os que são favoráveis à causa afirmam que o uso da maconha é uma questão de livre-arbítrio, assim como o consumo de álcool. Os que não gostam da proposta clamam que a abertura pode aumentar o número de dependentes químicos em solo brasileiro.

5- Vestido azul ou dourado

The Dress

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No final de fevereiro, a cantora escocesa Caitlin McNeil publicou uma foto em seu tumblr, mostrando um vestido. A legenda dizia “Galera, por favor me ajudem – esse vestido é branco e dourado, ou azul e preto? Eu e meus amigos não conseguimos chegar a um consenso e estamos enlouquecendo!”. Assim começou uma das maiores polêmicas da internet em 2015.

Não eram só os amigos de Caitlin que não conseguiam se decidir. O mundo se dividiu. A hashtag #TheDress (#OVestido) tomou o Twitter, dividindo as pessoas que enxergavam o vestido com tons brancos e dourados, ou azuis e pretos.

Na verdade, a ciência explica, tudo depende de como seu cérebro interpreta a filmagem. Se ele acha que a fotografia foi tirada no escuro, automaticamente clareia a imagem, dando a impressão de que o vestido é branco. Agora, se ele acha que a foto foi tirada num ambiente iluminado, você enxerga azul e preto.

Com a dúvida e as brigas aumentando cada vez mais, acharam o vestido original e provaram: era azul e preto mesmo. Porém para os incrédulos – como eu – a loja afirmou que irá fazer uma edição especial com as cores branco e dourado. Não há quaisquer relatos de mortes ou agressões decorrentes dessa discussão, porém, é só mostrar a foto em uma roda de amigos para ver o caos recomeçar.

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4- Ciclovias

Ciclovia

A questão das ciclovias em São Paulo não começou a ser discutida em 2015, mas foi neste ano que as discussões se aprofundaram. De acordo com a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) dos 365,4 km de ciclovias existentes em São Paulo, 126 km foram construídos em 2015. A concessão da rua aos ciclistas não foi unanime. O Ministério Publico chegou a pedir a paralisação de obras, cogitando até mesmo exigir que parte do asfalto retirado durante as obras fosse recolocado. A população também se dividiu. Alguns afirmaram que o espaço seria melhor aproveitado por carros e que o trânsito ficou mais intenso. Os usuários das faixas, por outro lado, clamam que o espaço é necessário para uma maior segurança do ciclista, e que o incentivo à bicicleta é mais saudável e sustentável do que o uso de automóveis. O fato é que o volume de ciclistas aumentou. De acordo com a Associação de Ciclistas Urbanos da cidade, cerca de 150 pessoas usam por hora a ciclovia da Avenida Paulista, o dobro de bikes registradas na região, antes da inauguração.

3- Escolas Ocupadas

Escola ocupada

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, anunciou que reestruturaria as escolas estaduais da região em que comanda. A ideia era economizar custos e restringir os ciclos de ensino – algumas escolas apenas com ensino fundamental, outras apenas com ensino médio, e assim por diante. Na prática, isso significa que 93 escolas seriam fechadas e mais de 300 mil alunos transferidos para outras instituições de ensino. Os jovens não gostaram. Alunos das escolas afetadas ocuparam as construções, construindo acampamentos com eventos culturais, aulas e discussões. Para aumentar a pressão popular, os estudantes começaram a interditar grandes vias da cidade. A polícia militar paulista utilizou da força para liberar ruas, gerando mais discussão sobre a validade da brutalidade policial.

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O governo alega que os ciclos separados ajudam no desenvolvimento dos estudantes. Os alunos respondem dizendo que seus vínculos sociais seriam quebrados, e as famílias teriam ainda mais dificuldade com o transporte escolar. O então secretário da Educação, Herman Voorwald. pediu demissão no último dia 4, e Alckmin informou a suspensão do plano. Os estudantes, no entanto, continuam ocupando as escolas, afirmando que só sairão com o cancelamento da proposta.

2- Maioridade Penal

Protesto contra a redução

A redução da maioridade penal de 18 para 16 anos rendeu muita discussão Brasil afora. O debate foi alimentado pela Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 171. O texto determina que, em caso de crimes hediondos, adolescentes entre 16 e 18 anos sejam detidos em um ambiente exclusivo para sua faixa etária até completarem a maioridade – quando então seriam transferidos para um presídio comum.

A proposta já rodava na Câmara desde 1993, mas só em 2015 conseguiu ser aprovada pela casa. Para conseguir receber o ok oficial dos deputados, políticos pró-redução (entre eles Eduardo Cunha) executaram uma manobra: após a proposta ser reprovada pelo plenário, pequenas alterações foram feitas no texto, e uma nova sessão foi realizada durante a madrugada. Dois meses depois, outra sessão foi realizada e o segundo turno também se mostrou favorável à questão.

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Políticos e especialistas se dividem. Os que são a favor da medida clamam que aos 16 o adolescente já tem consciência de seus atos, e que a sensação de impunidade contribui para um aumento da criminalidade. Já os que são contra argumentam que o processo tornaria a ressocialização desses jovens ainda mais difícil do que é atualmente, e que a ação faria com que criminosos procurassem crianças ainda mais jovens para se responsabilizarem por crimes e levarem uma pena mais branda.

1- Aborto

Protesto

Atual presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha redigiu em 2013 o Projeto de Lei 5069. Seu texto dá margem à proibição da pílula do dia seguinte, e à condenação de médicos e farmacêuticos que indicarem esse método contraconceptivo. Além disso, o PL também deixa a critério do médico receitar ou não procedimentos abortivos em casos de estupro – onde a mulher tem o direito de aborto garantido pela Constituição. A proposta reacendeu o debate sobre o aborto no Brasil. Os números relativos ao aborto no país não são unânimes. De acordo com o IBGE, em pesquisa realizada em 2013, no Brasil, mais de um milhão de mulheres com idade entre 15 e 49 anos já provocaram um aborto. Pesquisadores, como o professor Mario Francisco Giani Monteiro, da Unicamp, clamam que os números na casa do milhão podem ser anuais. Quem é contra diz que abortar é equivalente ao homicídio do feto. Quem é a favor diz que a ação deveria ser legalizada no Brasil, como é em outros países, e que isso evitaria mortes e sequelas decorrentes de clinicas clandestinas de aborto.

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