A fábrica de atum
O atum do mundo está acabando. Mas começa a ser testada uma possível solução: criar toneladas do peixe em esferas submersas de alta tecnologia
Aurelio Amaral
Os peixes que você come geralmente vêm da piscicultura, ou seja, são criados em cativeiro. O atum não. A única maneira de consegui-lo é caçando, e por isso a espécie está ameaçada de extinção. De 1950 para cá, sua população caiu pela metade. Mas a empresa americana Hawaii Oceanic Technology diz ter a solução: criar o peixe em bolas submersas. São bem espaçosas e ficam a 20 metros de profundidade, condições fundamentais para o atum (e que a piscicultura tradicional não atende). O projeto é criticado por ambientalistas, que temem impacto no ecossistema local. Mas a empresa obteve autorização para instalar as esferas no Havaí, e espera a primeira ninhada de atuns para 2017. Segundo ela, 4 mil bolas seriam suficientes para abastecer o planeta – e evitar a extinção da espécie.
1. O cativeiro
É uma bola com 82,5 mil m³ de água – o equivalente a 33 piscinas olímpicas. Espaço suficiente para abrigar 200 mil atuns (cerca de mil toneladas de peixe).
2. A boia
Tem um GPS (para que o criadouro seja localizado). Também guarda o estoque de ração: 100 toneladas, suficiente para duas semanas.
3. O barco-robô
Navega sozinho e trabalha 24 horas por dia monitorando o local, limpando a rede e consertando possíveis danos causados por predadores.
4. A estrutura
A carcaça da bola vé feita de fibra de carbono, e a rede é de polietileno. A rede é coberta por furos de apenas 2,5 cm2 cada um – permitem a passagem da água, mas não dos atuns.
5. O tubo alimentador
Libera a ração (sardinha com algas) por meio de um conjunto de furos. Para evitar que os peixes disputem alimento, a comida é liberada 24 horas por dia.