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A roda do feiticeiro

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h49 - Publicado em 29 fev 1988, 22h00

Ronaldo Rogério de Freitas Mourão

Uma das edificações mais curiosas dos antigos índios norte-americanos são as chamadas medicine wheels – rodas de feiticeiro -, que, segundo os astroarqueólogos, devem ter tido custo astronômico. A palavra wheel – roda – tem origem na distribuição particular dos fragmentos de pedra ou cascalho sobre o terreno, em geral muito semelhante a uma roda, com seu núcleo, raios e círculo periférico.

A palavra medicine – feiticeiro – traduz um vocábulo que designa as coisas misteriosas, mágicas, com significado também ritual.

Tais conjunto de pedras são muito freqüentam os no Colorado, nas montanhas Rochosas, ao longo do wyoming, em Montana na província canadense de Alberta e Saskatchewan. A maior parte tem de 5 a 15 metros de diâmetro, chegando algumas delas a 30 metros. A disposição das pedras nessas estruturas se torna nítida quando o observada do alto, de um avião, por exemplo. As rodas de feiticeiro se localizam no topo das montanhas, o que demonstra a preocupação dos construtora em garantir todo horizonte livre. Sem dúvida, o objetivo era observar o instante do nascer do Sol, da Lua, dos planetas, das estrelas e de outros corpos celestes. Parece ter sido uma constante, na cultura a astronômica primitiva, a observação dos astros no horizonte, tendo em vista a ausência de instrumentos, mesmo rudimentares, que permitissem estabelecer um sistema referencial de posicionamento dos objetos Celestes.

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Quem mais estudou essas construções foi o astrofísico americano John A. Eddy, especialista em Física Solar no High Altitude Observatory de Boulder, no Colorado. Após ter examinado diversas rodas de feiticeiro, Eddy concluiu que ela devem ter sido construída para servir de calendário, bem como para o observação e fixação das data do solstício viveram, um dos dois momentos em que a Terra atinge a máxima distância do Equador Celeste ( o outro é o solstício de inverno).

 

Os desenhos das rodas de feiticeiro variam de uma localidade para outra, apesar de sua disposição, em geral, ser a mesma: o núcleo da rota é constituído de um círculo de pedras que cobre a superfície de um determinado diâmetro. Na montanha Moose, em Saskatchewan, ele atinge 6 metros de diâmetro que contém cerca de 60 toneladas de cascalho. Desse núcleo partem pedras alinhadas, que constituem os raios da roda; seu comprimento varia segundo os monumentos. Esses alinhamento terminam, quase sempre, em pequeno, montículos de pedra, situado sobre o grande círculo periférico.

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Alguns desses monumentos devem ter sido construído 250 anos antes de Cristo ; outros sugerem idade mais recente, diz somente dois ou três séculos. O mais notável deles é a medicine whell de Big Horn, situada a 3 mil metros de altitude, próxima de um precipício. Seu núcleo central, com cerca de 4 metros de diâmetro, dá origem a 28 raios de cerca de 12 metros de comprimento, formados de cascalho os alinhados. Na periferia, um círculo não muito perfeito forma a roda, que apresenta seis pequenos montículos de pedra na circunferência, os quais parecem ter sido ali amontoados para indicar os pontos no horizonte onde nascem o Sol se determinadas estrelas, ao longo do ano.

Eddy descobriu que alguns raios estavam apontados para o nascer e o acaso do Sol e o nascer helíaco (cósmico) de algumas estrelas mais brilhantes, como a vermelha Aldebarã, da constelação de touro; Sirus, a estrela mais brilhante do céu depois do Sol; e Rigel, a mais vermelho da constelação de Órion.

 

Considerando que Aldebarã nascia quase simultaneamente com o Sol, no solstício deverão, do século XII ao século XIV, Eddy concluiu que essa estrela indicava aos feiticeiros a aproximação do verão. A roda do feiticeiro da montanha Moose, no sudeste de Saskatchewan, indica os mesmos eventos astronômicos. Fort Smith, em Montana, apresenta apenas as indicações do ponto do nascerx pôr-do-sol. Nem todas as rodas de feiticeiro oferecem as mesmas observações astronômicas: alguns raios parecem orientadas ao acaso, quem sabe para algum evento extraordinário, como uma supernova ou um cometa. Essas divergências sugerem que o estudo desses monumentos não está concluído.

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