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Cientistas indicam como diminuir o instinto caçador dos gatos domésticos

Uma pesquisa feita no Reino Unido mostrou que rações ricas em carne e mais brincadeiras dentro de casa levam os felinos a caçarem menos animais na rua.

Por Carolina Fioratti
Atualizado em 12 fev 2021, 20h22 - Publicado em 12 fev 2021, 20h21

Se você deixa seu gatinho passear pela rua, é possível que ele já tenha levado para casa alguns pequenos animais mortos, como ratos ou pássaros. O instinto caçador faz parte dos felinos, mesmo que não agrade os donos. Mas há uma forma de diminuir esse comportamento: pesquisadores da Universidade de Exeter, na Inglaterra, mostraram que uma dieta rica em carne e maior tempo de brincadeiras podem suprir a necessidade dos bichanos de caçar. 

Pesquisas indicam que os animais domésticos já contribuíram para a extinção de 63 espécies em todo o mundo. Manter os animais em casa seria o caminho mais simples para evitar a caça, mas muitos donos defendem os passeios rotineiros como uma forma dos gatos expressarem seus instintos naturais. 

Para encontrar uma maneira de deixar os animais saírem, mas sem colocar a biodiversidade em risco, os cientistas britânicos recrutaram 219 donos de gatos e propuseram mudanças de hábitos aos felinos, que foram acompanhados durante três meses. 

Os animais foram divididos em seis grupos, incluindo o grupo controle, em que os hábitos não foram mudados. Dois dos grupos envolviam uma mudança nas coleiras, com o primeiro utilizando o acessório com sininho e o segundo adotando coleiras da marca Birdsbesafe. Elas são grandes, coloridas e bem chamativas, e poderiam ser percebidas pelos pássaros.

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Outros dois grupos tiveram mudanças na alimentação. No primeiro, os tutores deveriam oferecer a ração em comedouros que propusessem um desafio ao felino, daqueles que vão liberando a comida à medida que o gato brinca com o objeto. O segundo grupo apenas trocou a ração dos gatos por outra mais rica em carne. No último grupo, os tutores deveriam aumentar o tempo de brincadeira do bichano, dedicando pelo menos dez minutos do dia a isso. Os animais eram instruídos a seguir penas e barbantes, simulando a caça. Ao final, receberiam um rato de brinquedo como se fosse a presa. 

Os resultados foram publicados na revista Current Biology. De acordo com o estudo, a coleira chamativa, criada com o intuito de alertar os pássaros sobre a presença dos gatos, fez com que trouxessem 42% menos presas para dentro de casa. Efeitos significativos também foram vistos na mudança de dieta e no aumento das brincadeiras, que fizeram com que os animais do grupo reduzissem a caça em 36% e 25%, respectivamente. 

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Os pesquisadores não investigaram o porquê da mudança no comportamento, mas sugerem que as brincadeiras saciaram o instinto de caça e que a comida preencheu uma lacuna nutricional dos bichanos. Após os testes, três quartos dos tutores disseram que continuariam brincando com os animais diariamente, mas apenas um terço concordou em seguir oferecendo a ração rica em carne, já que o custo era maior. 

As coleiras com sino não causaram mudanças no comportamento. Os comedores alternativos, por sua vez, tiveram um efeito contrário, aumentando a predação em 33%. Os cientistas sugerem que o objeto deixa os gatos frustrados e com fome, o que faz com que eles optem pela caça 

Alguns pesquisadores são céticos quanto ao estudo, dizendo que os animais podem ter mantido a caça nas mesmas proporções, mas apenas pararam de levar os cadáveres para casa. De toda forma, cientistas seguem defendendo que o mais seguro é manter o gato em casa, o que também evita que o animal se machuque, ataque outras pessoas ou animais, e contraia doenças.

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