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Como os mágicos fazem você de bobo

Mágicos brincam com a sua concentração para que você não perceba que está sendo enganado

Por Pâmela Carbonari Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 19h01 - Publicado em 11 abr 2016, 18h45

O grande barato de assistir a uma apresentação de mágica é se deixar encantar, acreditar que a moeda sumiu, que o coelho apareceu e que o mágico não sabia onde estava o seis de espadas. Independente da complexidades dos truques, das facas, do tanque de água, das chamas, se o coelho for coelho ou lebre, uma das diferenças básicas entre um mágico medíocre e um mágico Houdini é a capacidade de esconder seus segredos.”Um bom mágico não revela seus truques”, mas um truque comum à maioria dos mágicos acaba de ser revelado: induzir a plateia piscar na hora certa.

Uma das dicas mais antigas do Livro dos Ilusionistas é fazer com que a audiência perca a concentração em momentos chaves e não perceba as ações secretas que transformam os truques em mágica. Pesquisadores da Universidade de Waterloo, no Canadá, já haviam comprovado a relação entre a falta de atenção e a frequência das piscadas.

Eles constataram que fechar os olhos constantemente é um sinal de que se está com o pensamento longe. As piscadas funcionam como um filtro sensorial – quando sua mente está vagando por outro lugar, as pálpebras se fecham para que entrem menos informações para seu cérebro processar.

A olhos vistos

Um novo estudo uniu a sabedoria popular dos llusionistas às conclusões dos cientistas canadenses e mostrou que as “ações secretas” dos truques de mágica coincidiram com os momentos em que o público piscou.

Na pesquisa, 20 voluntários assistiram uma apresentação em que o famoso mágico norte-americano Teller faz moedas surgirem do ar. Teller pede para uma pessoa da plateia segurar um pote de vidro, onde coloca as moedas que, magicamente, surgem do nada. No final do número, Teller despeja o conteúdo do pote em um tanque com água e as moedas se transformam em peixes dourados.

 

 

Além dos voluntários que tiveram seus movimentos oculares monitorados, dois mágicos participaram do estudo e identificaram os momentos em que Teller pegou as moedas de um local escondido. Ao todo, foram sete “ações secretas” que desmentem a magia do espetáculo e, dessas sete, quatro aconteceram em sincronia com as piscadas do público.

Mas Teller foi meticuloso, fez a plateia relaxar e ficar desatenta apenas quando queria esconder seus truques. Para mostrar o resultado do número, como quando as moedas viram peixes, ele manteve a audiência de olhos bem abertos.

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Para o professor de psicologia da Universidade de Hertfordshire e mágico profissional membro do Círculo de Mágia da Inglaterra (não, não estamos falando do Ministério da Magia, de Harry Potter), Richard Wiseman, o estudo foi revelador. “Apesar dos mágicos saberem que se o público tiver a atenção desviada, seus truques passarão despercebidos, é surpreeendente que a maioria da audiência pisque nesses exatos momentos. Nem os mágicos sabiam disso”, afirma.

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Ele explica que uma técnica comum de ilusão é fazer as “ações secretas” no final do número anterior, porque é quando as pessoas perdem a concentração. Outra tática para distrair a plateia e, consequetemente, enganá-la é apostar no humor e nas palmas. Quanto mais relaxado o público estiver, mais protegido o mágico estará dos espectadores que querem saber a prova real do espetáculo.

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As crianças são as principais inimigas dos mágicos. Como os pequenos não se aquietam como os adultos e sua atenção funciona de forma diferente, é mais provável que eles percebam os truques. “Plateias com famílias são complicadas. As chances de uma criança dizer que está vendo o coelho saindo da sua capa são maiores que de um adulto fazê-lo”, afirma Wiseman.

Mesmo que os mágicos saibam da importância de esconder bem os truques de suas performances, é difícil prever quando toda a audiência estará relaxada o bastante para ser enganada. Ainda não foi inventada nenhuma mágica para prever quando esses momentos acontecem e garantir que não haja nenhuma ilusão a olhos vistos.

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