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Da faísca às cinzas

Entre domesticar o fogo ou ser dominado por ele, o homem escolhe a primeira alternativa ¿ mas nem sempre isso é possível.

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h53 - Publicado em 31 jan 1998, 22h00

Gabriela Aguerre

Não há catástrofe mais impiedosa que as grandes queimadas. O fogo não perdoa. Tem a propriedade de se alastrar por centenas de quilômetros, consumindo tudo o que encontra no seu caminho. Passa por cima de casas, plantas, animais e pessoas, deixando atrás de si um rastro uniforme de cinzas.

As piores queimadas acontecem naturalmente, sem a ação do homem. O estalo de um galho seco pode gerar uma faísca. Em clima seco, e com a ajuda do vento, a chama se espalha e cresce, assustadoramente, transformando-se em labaredas imensas como as que você pode ver na foto acima.

O fogo apavora, é verdade, mas também pode renovar a vida. É tão natural na terra quanto a água é no mar. Mas o homem moderno ainda não aprendeu a conviver em harmonia com ele. Não por acaso, a tradição cristã retrata o Inferno como uma eterna fogueira. Salvo os bombeiros, cuja profissão sempre é associada ao heroísmo e aos perigos, o homem se acovarda diante do fogo.

O poder das chamas

A cidade de San Diego, no sul da Califórnia, é assolada em 1996 por um incêndio incontrolável

 

A única sobrevivente

Só esta estátua escapou do incêndio em Laguna Beach, na Califórnia

 

Incêndio no paraíso

Chamas ameaçam região turística da Côte D’Azur, no sul da França

 

Crime ecológico

Devastação em área atingida por um incêndio proposital, em Ariquena, Roraima

O medo de sair chamuscado

Os índios da América do Norte costumavam usar o fogo para pastorear cervos, caçar bisões e adubar as pastagens. Eles queimavam árvores jovens, cujos nutrientes alimentavam a cobertura vegetal do solo. A chegada do homem branco mudou tudo. Com as casas de madeira, veio também o medo do fogo. E esse medo é justificado: só em um incêndio florestal, em 1910, em Rocky Mountain, no Canadá, morreram 79 bombeiros.

A Amazônia arde, por culpa do homem

Não é de hoje que o homem usa o fogo, intencionalmente, para dominar a natureza. Nem sempre é o caso de se condenar essa prática. Material orgânico velho é transformado em nutrientes para o solo graças ao fogo. Muitas plantas precisam de altas temperaturas – como as que são atingidas perto do fogo – para poder expelir suas sementes. E, em certos ambientes, plantas renascem com mais força depois de queimadas.

O problema é quando o fogo é usado de forma predatória, com a única intenção de destruir paisagens ricas em biodiversidade para abrir terreno para a agricultura e a pecuária. É o que acontece na Amazônia, onde as queimadas têm sido uma das principais formas de desmatamento. Em 1996, 15 000 quilômetros quadrados de mata desapareceram em conseqüência das queimadas e do corte de árvores. Estamos, aí, diante de um crime ecológico, que deve ser condenado e combatido.

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