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Desejo de não matar

A alta tecnologia vai transformar a polícia do futuro numa força mais inteligente, menos violenta e muito mais eficaz no combate ao crime

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h46 - Publicado em 31 out 2000, 22h00

Rodrigo Cavalcante

Se você é fã dos policiais estrelados por Charles Bronson e tem saudade dos tempos em que Clint Eastwood era mais pragmático e menos sensível, é bem provável que se decepcione ao ler as próximas linhas. O policial que vai patrulhar as ruas das grandes cidades nas próximas décadas não lembrará em nada o padrão de tira que faz justiça com as próprias mãos – e com armas de grosso calibre.

Segundo o Instituto Nacional de Justiça dos Estados Unidos, em Washington, os equipamentos usados para combater o crime no futuro serão bem parecidos com as armas dos personagens das histórias em quadrinhos. Lembra as engenhocas usadas pelo Batman ou pelo Homem-Aranha para deter os criminosos sem precisar de um festival de tiros? No kit da nova polícia, os revólveres e as pistolas dividirão espaço com redes de captura, gases de pimenta, lasers ofuscantes e outros equipamentos em estado da arte. Tudo com o objetivo de fazer justiça sem derramar sangue – inclusive o sangue da própria polícia. “A tendência é investirmos cada vez mais nas armas não-letais”, diz James Willians, do Departamento de Tecnologia do instituto. “As armas de fogo serão usadas apenas nas situações-limite.”

Prevenção é a palavra de ordem para a polícia daqui para a frente – principalmente depois que a política de “tolerância zero”, instituída pelo prefeito Rudolph Giuliani em Nova York, há pouco mais de meia década começou a dar resultado. A metrópole, que liderava a criminalidade naquele país, chegou a ficar fora da lista das 150 cidades mais violentas dos Estados Unidos. Mesmo assim, o esforço não ficou livre de um bom número de críticas. O problema é que até há pouco tempo prevenir crimes implicava constrangedoras – e muitas vezes inúteis – batidas policiais, blitzes, interrogatórios. A identificação de suspeitos dependia grandemente da intuição de cada policial – aquele sexto sentido que, quando falha, torna um inferno a vida de qualquer minoria em qualquer grande cidade do planeta.

É que até hoje a maioria dos detectores manuais de metal, por exemplo, funciona somente quando é passada rente ao corpo dos suspeitos. E quando os suspeitos são, de fato, criminosos, pode ser tarde demais para agir. Mas as coisas estão mudando. Para ficar no exemplo dos detectores de metal: os novos modelos revelam a presença de armas num espectro de 7 metros.

Outro equipamento novo que deve reduzir as mortes de policiais em ação é o Vehicle Mounted Weapons Detector (algo como detector de armas montado em veículo). Projetado para ser acoplado ao capô das viaturas, ele permite aos policiais descerem do carro já sabendo se os passageiros do veículo à sua frente estão armados. Isso evita que uma simples checagem de documentos possa resultar numa emboscada com morte. Nos aeroportos, aparelhos de raios x menos danosos à saúde permitirão finalmente ver aqueles pacotes de drogas escondidos nas cavidades mais recônditas do corpo humano – como, por exemplo, no… bem, deixa para lá. Esse tipo de busca só era possível por meio de uma revista íntima nada agradável.

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Várias outras novas tecnologias prometem salvar muitas vidas: robôs programados para desativar bombas em aviões e outros lugares públicos; sistemas de teleconferência para detetives e delegados orientarem policiais em tempo real na busca de pistas e na preservação do local do crime; aparelhos de identificação facial, que podem reconhecer qualquer indivíduo pela imagem de uma câmera de segurança; equipamentos portáteis de reconhecimento de DNA, que ajudarão a identificar criminosos por meio de vestígios mínimos como um fio de cabelo ou uma raspa de pele. Enfim, a vida ficará provavelmente mais dura para os bandidos. Resta saber como eles vão se virar para continuar agindo. Até hoje, de uma forma ou de outra, infelizmente, eles sempre deram um jeitinho…

Para saber mais

Na Internet: Instituto Nacional de Justiça (EUA)

https://www.nlect.org

Sistemas de identificação biométrica

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https://www.biometrics.org

rcavalcante@abril.com.br

Corra que a polícia vem aí

Os equipamentos de combate do futuro lembram armas de super-heróis

Caiu na rede é…

Usada para deter indivíduos sem o uso de armas de fogo, a rede de captura é capaz de imobilizar uma pessoa a uma distância de até 15 metros. A idéia é antiga mas somente agora os modelos ganharam eficiência (os velhos protótipos tinham pouca precisão e passavam longe do alvo)

Pode vir quente

Feitos de titânio e compostos de cerâmica, os coletes à prova de bala que serão usados pela polícia são bem mais leves e resistentes. Até hoje, os únicos que agüentavam disparos de rifles e pistolas 9 milímetros deixavam os policiais com a flexibilidade de um cavaleiro medieval

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Passado suspeito

Impressões digitais marcadas no barro, cuspir arroz, o asno detector de mentiras… Desde a antigüidade, o homem fez o que pôde para encontrar o culpado

• Retrato escrito – Os egípcios faziam descrições escritas detalhadas de indivíduos, uma forma primitiva do nosso retrato falado.

• Dedo no barro – Na Babilônia, impressões digitais eram marcadas no barro para identificar o autor de escritos cuneiformes, evitando falsificações. Impressões digitais também já eram usadas pelos chineses, na antigüidade, para identificação.

• Checando a assinatura – No ano 529 d.C. do Império Romano Ocidental, o uso da técnica de comparação e identificação da escrita foi colocado no Código Justiniano.

• Arroz da verdade – Na Ásia, os interrogadores usavam um rudimentar método científico para encontrar os culpados dos crimes de Estado. Sabendo que sob tensão a salivação dos seres humanos diminui, os guardas enchiam a boca dos suspeitos com arroz molhado. Aquele que demonstrasse maior dificuldade para cuspir o arroz era o provável culpado.

• Asno detector de mentiras – Outro precursor do detector de mentiras foi empregado na Índia. Suspeitos eram enviados para um quarto escuro onde deveriam puxar a cauda de um asno sagrado. Os interrogadores advertiam que, se o asno branhisse, o suspeito tinha culpa. A cauda do burro era suja com um pó preto. Aqueles que tinham consciência limpa puxavam o rabo; os que se consideravam culpados não puxavam. Aqueles que tinham as mãos sujas eram os de consciência limpa.

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Eu aqui, você aí

As novas tecnologias evitam confronto direto entre mocinhos e bandidos

Desarme à distância

Os robôs usados para desarmar bombas ganham sensores de raios x para obter um detalhado diagnóstico dos explosivos. As imagens são transmitidas simultaneamente para os especialistas descobrirem como vão desarmar a bomba

Pimenta

Já usado como spray para paralisar os agressores, um composto de pimenta terá uma versão em cápsula para dispersar tumultos e para ser usado em seqüestros.

Robocop

O verdadeiro tira-robô é bem menos glamouroso do que aquele que você viu no cinema. Construído pelo tailandês Pitikhate Sooraksa, ele é um braço mecânico com uma minicâmera e sensores que se movem em direção à pessoa armada. Mas a decisão de atirar ou não ainda é dada por um ser humano, por meio de uma ordem no computador

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Impressão visual

A leitura da íris deve substituir a velha impressão digital.A probabilidade de que haja duas iguais é quase nula. O Iriscan capta com uma câmera a trama de tecidos que localiza suas 266 características singulares. Alguns modelos já estão disponíveis no mercado

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