O que era o dólar-livro e por que ele era mais caro que o dólar comum?
Era uma tabela de conversão cambial definida arbitrariamente pelos donos de livraria. Com isso, eles fixavam o valor do produto importado. Essa prática começou há cerca de vinte anos quando os livreiros se reuniam periodicamente com os diretores da Câmara Brasileira do Livro para decidir para a moeda estrangeira (pela qual o exemplar tinha sido comprado no exterior) um valor maior do que o oficial. Com isso, ao ser feita a conversão, o preço do exemplar em dinheiro brasileiro ficava mais caro e as livrarias tinham mais lucro. “Mas não existia uma moeda com o nome dólar-livro. Era apenas uma tabela. Os consumidores é que criaram o apelido”, diz Raul Ribeiro, da Livraria Canuto, uma das mais antigas de São Paulo. O sistema caiu em desuso por volta de 1986, por causa do crescente número de livrarias e da concorrência entre elas. “ Hoje em dia, fazemos a conversão pela cotação do Banco Central e cada uma calcula o lucro que acha razoável”, diz Ribeiro.