Miguel de Cervantes de Saavedra
NOME ORIGINAL_El Ingenioso Hidalgo Don Quixote de la Mancha (Espanha)
EDIÇÃO NO BRASIL_ Itatiaia; 1997
DO QUE TRATA
Obcecado pelas histórias de cavalaria, o fidalgo Alonso Quijano decide se tornar um cavaleiro andante, pois são tantos “os tortos a endireitar, as injustiças a emendar, os abusos a reduzir”. Adota o nome de Dom Quixote, batiza seu cavalo de Rocinante, confere a uma aldeã o posto de senhora dos seus pensamentos, chama-a de Dulcinéia del Toboso e sai em busca de aventuras. Convence um vizinho a ser seu escudeiro, prometendo-lhe o cargo de governador da ilha que, porventura, viessem a descobrir. Assim Sancho Pança acompanha o Quixote, que enfrentará carneiros e moinhos de vento. Ao final, à beira da morte, recupera a sanidade e renega os detestáveis livros de cavalaria”.
QUEM ESCREVEU
Cervantes (1547-1616) nasceu em Alcalá de Henares e estudou em Madri. Aos 22 anos foi para a Itália e se alistou no exército espanhol que lutava ali. Em 1575 abandonou a vida de soldado. No retorno à Espanha, foi aprisionado por piratas, dos quais ficou refém por 5 anos. Cumpriu ainda um último período militar em Portugal. Casou-se com Catalina Palácios Salazar, mas o que ganhou dedicando-se à literatura era insuficiente para se sustentar. Foi preso duas vezes por dívidas e até o fim da vida sofre com a falta de dinheiro.
POR QUE MUDOU A HUMANIDADE
Concebido como paródia dos livros de cavalaria medievais, a obra-prima de Cervantes (publicada em duas partes, uma em 1605 e a outra em 1615) inaugura a forma de narrar da modernidade, exprimindo a nova visão do mundo.Espanhol e barroco, Cervantes põe lado a lado o idealismo de Quixote e o materialismo de Sancho Pança. Seu livro é a conjunção do “real e ideal, coração e cabeça, razão e fé”. Na convivência, ambos se transformam, adquirindo cada qual um pouco da personalidade do outro. Outro elemento fundamental dessa obra é também o humor, que aparece como o fator determinante que permite transcendera miséria humana e elevar o homem. Em 2002, Dom Quixote foi eleito o melhor livro da história por uma comissão de 100 escritores de 54 países. É também uma das obras mais editadas e traduzidas em todo o mundo. Quando foi lançado, era visto apenas como um livro cômico. Depois da Revolução Francesa, passou a ser interpretado como o exemplo do conflito entre a ética idealista do indivíduo e a ética materialista da sociedade. Foi ainda o primeiro livro publicado pelo Instituto Cubano del Libro, para ser distribuído ao povo cubano após a revolução de Fidel Castro.