?Um helicóptero pode dar looping?
Poder até pode, mas é tão arriscado, e a chance de dar errado é tão grande, que o Ministério da Aeronáutica só autoriza a manobra no caso de alguns helicópteros de combate, como o modelo italiano A-129. “Ainda assim, o piloto tem que ser muito bem treinado para comandar o aparelho”, alerta o tenente-coronel Venâncio Alvarenga Gomes, do Centro de Tecnologia Aeronáutica (CTA), em São José dos Campos, interior de São Paulo. De qualquer forma, apesar de toda a habilidade que a manobra demanda, não existe qualquer limitação aerodinâmica do helicóptero que o impeça de realizar um looping. As pás são uma imitação das asas dos jatos, capazes de dar vários giros no ar. Só que, enquanto o avião precisa estar se deslocando para que a asa possa sustentá-lo, no caso do helicóptero o próprio giro provoca a corrente de ar necessária para tirá-lo do chão e mantê-lo no ar.
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Arriscado mas possível
É preciso muita experiência para fazer o helicóptero girar.
1. O helicóptero tem duas pás iguais e invertidas que geram correntes de ar quando giram. Seu formato faz com que o vento passe mais lentamente na parte de baixo, gerando uma força para cima. É a força de sustentação.
2. Durante o looping, surge a força centrífuga, a partir do centro da trajetória, e, em reação a ela, a força centrípeta. A conjunção dessas duas forças é que permite a realização de curvas.
3. Mesmo de cabeça para baixo, as pás garantem sustentação. Elas funcionam exatamente da mesma forma como quando o helicóptero está na posição normal.
4. Só que o helicóptero, ao contrário do avião, não voa invertido. A mesma força de sustentação empurra as pás em direção à fuselagem. Se uma esbarrar na outra, é o fim da estabilidade.