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E SE… Ayrton Senna não tivesse morrido?

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h51 - Publicado em 19 fev 2011, 22h00

Alexandre Versignassi

Não, ele não teria tantos títulos quanto os 7 de Schumacher. Senna morreu com 34 anos. E a aposentadoria na Fórmula 1 vem um pouco depois disso. Poucos chegam aos 38, 39 correndo. Menos ainda ganhando títulos: os reflexos decaem ano a ano depois dos 30. Além disso, Senna precisaria estar sempre nos carros certos para superar as 7 conquistas do alemão. Em 1996 e 1997 o carro certo era a Williams. Em 1998 e 1999, a McLaren. Mas Ayrton disse que queria encerrar a carreira na Ferrari. E os carros vermelhos só ficaram imbatíveis mesmo entre 2000 e 2002, quando Senna já teria mais de 40. Mas ok. Vamos para um cenário surrealmente otimista. Ali Senna ganharia o campeonato de 1994 pela Williams e continuaria lá, levando também os de 1996 e 1997. Depois iria para a McLaren pescar mais dois títulos. Graças ao ótimo condicionamento físico, penduraria o capacete só aos 42, não antes de um tri pela Ferrari. Ufa! São 1, 2, 3… 8 títulos. Mais os 3 que ele já tinha, 11 – e a essa altura você já saberia o que significa “undeca campeão”! Desnecessário falar que a realidade não é generosa assim com ninguém (a não ser que você esteja lendo isto na hidromassagem do seu Boing particular). Só que, mesmo numa interpretação mais realista, ele teria muito o que mostrar. E poderia até estar na disputa pelo título de 2009, como dono de equipe. De uma equipe forte, que existe na vida real. E que poderia levar outro Senna ao topo. Olha só.

Tantantam, tantantam…
Ayrton vira penta. E Senna luta pelo título em 2009

1. 1994, 34 anos


“Acabou! Acabou! É tetraaa!!”, grita Galvão Bueno. No começo do campeonato, isso parecia impossível: Schumacher tinha dominado geral, mas acabou punido, já que seu carro estava fora do regulamento (isso aconteceu de fato). E Senna ganha o título por poucos pontos de diferença (coisa que até o fraco Damon Hill quase conseguiu na vida real). Enquanto isso: Ele montou o Instituto Ayrton Senna, que investiria milhões de reais em educação no Brasil (o que também aconteceu).

2. 1995, 35 anos
“Hoje não! Hoje não!! Hoje sim…”, lamenta Cléber Machado. Schumacher vence 6 das 17 provas (ganhou 8 na vida real) e consegue o primeiro título aos 26 anos. Com 9 a mais nas costas, Senna já teria sua capacidade de orientação espacial – algo fundamental para os pilotos – 5% menor que na juventude. Enquanto isso: Xuxa e Ayrton reatam. É o casamento do século. Nove meses depois, nasce o garoto Sacha Senna, primeiro filho do casal.

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3. 1996, 36 anos
Ayrton assina com a Ferrari. Schumacher vai para a McLaren, por causa de seus laços com a Mercedes, sócia da equipe. Sobra para a Williams, que terá o melhor carro, apostar numa das maiores promessas da F-1: Barrichello, de 24 anos. E ele bate seu companheiro de equipe, o estreante Jacques Villeneuve. Rubinho campeão! Enquanto isso: Barrichello participa do Casseta & Planeta e é tratado como rei. “Rubinho Pé-de-Chinelo”? Jamais existiria.

4. 1997, 37 anos
Senna chega à última corrida do ano um ponto à frente de Villeneuve. Os carros se tocam na pista (foi o que aconteceu de verdade entre Schummy e Jacques). E o canadense roda. Acabou, é penta. Enquanto isso: Galvão entra em êxtase: “É penta, Reginaldo!! É pentaaa!!!!” A emoção é tanta que ele se aposenta. Sem o narrador por perto na Copa do ano seguinte, Ronaldo se sente menos cobrado, não tem sua convulsão e o Brasil ganha! (Ok, vamos exagerar um pouco menos daqui para a frente.)

5. 1998, 38 anos
Schumacher assombra o mundo: vence 14 das 16 corridas (algo que a McLaren conseguiu mesmo naquele ano). Aí Senna decide parar, mas continua na F-1 como consultor da Ferrari. Michael é contratado para o lugar dele. Enquanto isso: Com o apoio do pentacampeão, seu amigo e eleitor convicto, Paulo Maluf ganha as eleições para governador de SP. E começou uma trajetória que culminaria na Presidência da República.

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6. 1999, 39 anos
O mundo para: Schumacher bate sua Ferrari e morre (a morte de Ayrton tornou a F-1 mais segura; sem isso, Michael poderia não ter sobrevivido a um acidente grave que realmente sofreu em 1999). Martirizado, o alemão vira um mito tão grande que chega a ofuscar o próprio Senna na história da F-1. Para arrefecer a perda, Ayrton assume o cockpit por algumas corridas e faz uma segunda despedida (tipo o Pelé, entende?).

7. 2009, 49 anos
Bilionário, aproveita sua amizade com o pessoal da Honda para comprar a equipe deles em sociedade com Ross Brawn. Nasce a surpreendente Senna GP. E o sobrinho de Ayrton, Bruno Senna, lidera o campeonato. Enquanto isso: Rubinho diz que está sendo prejudicado na Senna GP: “Sou só um brasileirinho no meio de tudo isso…” Ayrton apenas sorri quando fica sabendo. E volta ao trabalho com os engenheiros. Como sempre.

Atrás do alemão
Em qualquer cenário realista, Senna não alcançaria Schumacher em vitórias. Ayrton ganhou 1 em cada 4 corridas que disputou. Se continuasse com esse pique até pendurar o capecete (aos 38 anos, a idade média de aposentadoria dos campeões da gereção dele), o número de vitórias dele pularia de 41 para 61. Caso a média fosse a dos melhores anos de sua carreira (entre 1988 e 1991), seriam 71. Ótimo, mas longe das 91 do alemão.

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