PRORROGAMOS! Assine a partir de 1,50/semana

Ecologia Alegre e Divertida para participantes

Aprenda por que é útil defender só as baleias com adesivos pregados no carro

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h49 - Publicado em 26 jun 2009, 22h00

O mecanismo da Natureza, Paul Ehrlich, Ed. Campus, Rio de Janeiro 1993

Se você for capaz de esquecer,por um momento ao menos, que a Mata Atlântica já era, a floresta amazônica vai pelo mesmo rumo, nossos rios são envenenados pelo mercúrio, as baleias, os micos-leões, os tamanduás etc etc etc, vai se divertir muito com esse livro.
Paul Ehalich é o que se pode considerar um sujeito satisfeito com a profissão que escolheu – ecologia, como apareceu nos meios de comunicação que já o tornaram muito popular nos Estados Unidos, ou, com mais rigor acadêmicos, professor de ciências biológicas e professor de ciências da Catedral Bing de Estudos populacionais, tal como consta nos registros da Universidade Stanford. Veja o caso contado logo na primeira linha da introdução, exemplarmente edificante.

Estavam o autor e seus auxiliares no nono ou décimo dia de trabalho sobre uma população de borboletas montanhesas. “o cenário era magnífico: campos de Artemísia salpicadas de flores estendia-se contra um horizonte de picos cobertos de neve, e uma garriça cantava para nós de seu poleiro habitual, num choupo tremedor”. Lirismo de mais para quem está lutando em desvantagem contra a acelerada destruição do meio ambiente? Pois veja a demolidora frase seguinte: “só os insistentes mosquitos impediam que a situação fosse totalmente idílica”. O Tal trabalho consistia em apanhar quantas borboletas fosse possível, selecionar os machos e dividimos em duas categorias: os da parte alta da montanha tinham seus órgãos sexuais mergulhados num pigmento fluorescentes vermelho, seco; os da parte baixa, num pigmento verde. A tinha permanecia nos órgãos sexuais e parte dela seria transferida à fêmeas, submetê-las a uma luz ultravioleta, para saber se haviam se acasalado com os machos da parte alta ou da parte baixa.
Pois estava lá a equipe caçando suas borboletas, bem feliz, quando uma caminhoneta vermelha passou pela estrada parou, e um sorridente morador das redondezas perguntou: “ O que é que vocês estão fazendo?” Falar a verdade inteira, “estamos aqui tingidas os órgãos sexuais das borboletas machos para ver com que se acasalam” , nem pensar, claro. A saída foi por uma meia verdade: “ Trabalhar para o governo em pragas das montanhas”. Como na frase de lagartas as borboletas comem vorazmente, podiam com alguma boa vontade ser enquadrada na categoria das pragas.
Enrlich, de qualquer forma, declara-se constrangido por nem sempre poder falar aberta e claramente de seu trabalho, fugindo à suas responsabilidade de educador. Daí a decisão de escrever O mecanismo da natureza, embalado por duas certezas básicas: nada é mais importante para os seres humanos, hoje, do que compreender como funciona a natureza; nenhuma ciência, nenhum aspecto da cultura humana, é mais importante do que a ecologia, o estudo da interação entre organismos e seu ambiente físicos. Outros princípios por ele arrolados como muito importante: os ensinamentos da ecologia são acessíveis a qualquer pessoa inteligente e disposta a um pequeno esforço para aprender; esse conhecimento modificara, de maneira definitiva, a visão que o leitor tem do mundo.
Mãos à obra, pois. O livro tem apenas 320 páginas, é fácil de ler, instrutivo e divertido. Você vai ficar sabendo por que é inútil pregar adesivos no vidro do automóvel defendendo as baleis ou chimpanzés, sozinhos; e porque, ao contrario, é absolutamente indispensável defender cada minhoca, besouro, verme ou planta de cada ecossistema se, ao cabo, desejamos salvar baleis e chimpanzés, de quebra, nós próprios, humanos. Não ria desdenhosamente dessas grandiloqüências. Isso é coisa de quem ainda vai muito longe e, só para você ter uma idéia, em junho passado realizou-se uma conferencia científica ordinária na Universidade de Estadual do Arizona, nos Estados Unidos. A severa revista Science, editadas pela Associação Americana para Desenvolvimento da Ciência, observou em seus registros que “ordinário” era a palavra menos indicada para caracterizar a dita conferência.

Não foi apresentado um amplo, minucioso plano de remanejamento de todas as terras dos Estados Unidos, dividindo-as em reservas para os humanos. As reservas para a vida selvagem e reservas seriam interligados por extensos corredores igualmente preservados, por onde circulariam os bichos de um território para o outro, a salvo de contatos inconvenientes com nosso semelhantes. Segundo a mesma Science, o plano provocou ohs emocionados na platéia. É claro, vai demorar muito para que sonhos desse tipo e desse porte se tornem realidade. Mas convém você começar a se preparar para os novos tempos, lendo a prosa suave, engraçada e cheia de informações surpreendentes de Ehrlich.

Publicidade


Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY
Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 10,99/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.