Em busca da ponta perfeita
Lápis é coisa séria. Pelo menos para o americano David Ross - o primeiro apontador profissional do mundo
Marcella Chartier
Pegue um lápis (de preferência do tipo 2B, de grafite mais macia) e faça cortes longitudinais usando um canivete. Em seguida, pegue um estilete e vá afiando a ponta do lápis. Seja meticuloso e paciente. Ficou bom? Complete o trabalho dando o acabamento com uma pequena lixa, e voilà: está pronta a ponta de lápis perfeita. Essa é a receita de David Ross, que criou um serviço de apontamento de lápis. Ele teve a ideia quando arranjou um emprego no censo dos EUA, ano passado, onde uma de suas tarefas era justamente apontar os lápis usados pelos pesquisadores. “Eu me diverti muito, e pensei: será que posso ganhar dinheiro com isso?” David criou um serviço de apontamento (artisanalpencilsharpening.com), que cobra US$ 15 por lápis. Como David também é cartunista, a iniciativa pode parecer uma brincadeira. Mas ele jura que o negócio é sério, e recebe de 10 a 20 lápis pelo correio todas as semanas. Seus clientes são artistas, estudantes, escritores, professores – ou simplesmente gente que gosta de admirar uma bela ponta de lápis. “Todos os lápis que eu aponto são despachados em um tubo plástico transparente. E eu acho que muitos clientes o deixam ali, nem usam, para que a ponta não perca a forma perfeita.”