PRORROGAMOS! Assine a partir de 1,50/semana

Esta mulher quer fazer você ver o mundo como nunca viu

Amy Herman já ensinou profissionais do FBI, executivos, banqueiros e médicos a enxergarem o que seus colegas não veem – e se comunicarem com mais precisão

Por Pâmela Carbonari Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 23 mar 2017, 14h13 - Publicado em 23 mar 2017, 13h42

E se você pudesse ver o que os outros não enxergam e dizer as coisas exatamente como você pensa?

Ao pensar na quantidade de informações importantes que perdemos no dia a dia por não vermos além do óbvio (e não nos comunicarmos com clareza), a advogada e historiadora de arte, Amy Herman, desenvolveu um curso que ensina as pessoas a melhorarem suas habilidades de observação e de comunicação – a partir da análise de obras de arte.

O curso nasceu há 14 anos, quando Amy era chefe de educação da Frick Collection, em Nova York. No começo, ela ensinava estudantes de dermatologia da Universidade de Yale a olharem para as obras do museu e tirarem conclusões além daquelas expostas nas telas. O curso deu tão certo que os estudantes que dominaram o método tiveram um índice de acertos em diagnósticos médicos 56% mais alto que seus colegas que não haviam aprendido.

Desde então, Amy se especializou em neurociência e expandiu o treinamento: já formou profissionais da CIA, da polícia de Nova York, do FBI, executivos, banqueiros e médicos – que saíram da aula capazes de avaliar melhor o que é essencial e o que não é em cenas de crimes, nos diagnósticos ou nas negociações de suas áreas de atuação.

No ano passado, ela lançou o livro Inteligência Visual, publicado no Brasil pela editora Zahar, um guia com dicas e exercícios práticos para que mais pessoas consigam desenvolver suas capacidades de percepção através da arte e reduzirem os ruídos de comunicação ao se expressarem. Amy Herman conversou com exclusividade com a Superinteressante:

Continua após a publicidade

Como é treinar pessoas que, em tese, já enxergam além do óbvio, como os agentes da CIA e do FBI?

Eles já têm boas habilidades de observação e percepção. Mas a arte dá uma boa oportunidade para pensar como eles comunicam o que observam. E passar algum tempo afirmando o óbvio sobre o que enxergam é muito importante, porque nada é óbvio para todo mundo.

Observação é objetivo, mas a maneira como percebemos é absolutamente subjetiva. Você ensina a observar, mas é possível treinar a forma como recebemos as informações que percebemos?

A observação é objetiva e a interpretação, que é necessária para realizar o trabalho, é muito subjetiva. Peço aos participantes que reconheçam a diferença. Ninguém pode ser objetivo o tempo todo e precisamos de nossa subjetividade para tomar decisões. Às vezes, no entanto, precisamos nos afastar de nossas conclusões e percepções e nos perguntar se estamos confiando em suposições e preconceitos que podem ser sujeitos a uma falha. É justamente aí que a arte entra, ela nos ajuda a fazer essas distinções.

Partir do pressuposto de que tudo na arte tem um motivo não é uma forma de despir a aura subjetiva que a arte tem?

Não. Não quero mudar a experiência de apreciar, se envolver com uma obra de arte. Estou apenas usando a arte de um jeito completamente diferente. Trata-se de olhar para a parte prática: pergunto aos meus alunos “o que vemos”, não as razões que levaram a obra ser do jeito que é.

Continua após a publicidade

Qual é a principal dica que você dá para as pessoas que querem ver o mundo com mais atenção, mas não tem nenhum conhecimento na arte?

Digo a todos os meus alunos que há muito no mundo para ver e participar, mas antes temos que tirar os olhos das nossas telas. Vivemos dependentes da tecnologia, mas precisamos lembrar que a interação humana é a chave para a criatividade. Obras de arte são apenas o veículo que eu uso para reconsiderar nossas habilidades de observação e comunicação. É divertido olhar e discutir obras de arte, mas não temos de saber nada sobre elas para usar e aperfeiçoar nossas habilidades de investigação.

Ficou curioso? Neste vídeo, Amy dá algumas dicas sobre como solucionar um crime a partir de lições tiradas da obra “Tempo Trespassado”, de René Magritte. Confira.

Publicidade


Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY
Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 10,99/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.