O que é que têm em comum uma cratera na França, duas no Canadá, uma nos Estados Unidos e outra na Ucrânia?
Resposta: o pai. É que elas devem ter sido todas criadas pela queda de um único cometa ou asteróide na Terra. Com 10 quilômetros de diâmetro, esse projétil-pai teria caído há 214 milhões de anos e se destroçado no ar em vários pedaços. Como o planeta está sempre girando em torno de si mesmo, cada naco chegou ao chão num ponto diferente. Mas havia um problema: para terem sido criadas por um só bólido estilhaçado, elas deveriam estar alinhadas, o que não acontece. Mais ou menos como aconteceria com uma rajada de uma metralhadora fixa que atingisse um alvo móvel. Mas as marcas do cometa estão desalinhadas. Solução: como os continentes mudam de lugar lentamente, na época em que a pedrona despencou eles estavam na posição certa para as crateras ficarem em linha reta. O geólogo John Spray, da Universidade de New Brunswick, Canadá, reconstruiu por computador o deslizamento das massas continentais no passado e… bingo! Todos os buracos apareceram numa fila indiana. “Esse acidente não está associado à grande extinção do Período Triássico, que ocorreu 9 milhões de anos mais tarde”, disse Spray à SUPER. “Mas, com certeza, provocou a morte de várias espécies de plantas e animais.”
Duas causas e um mesmo efeito
Como Júpiter, a Terra também já foi alvo de uma rajada de asteróides ou cometas
O cometa Shoemaker-Levy 9 caiu em Júpiter em 1994. Ainda no espaço, a imensa força de gravidade do planeta quebrou-o em 20 pedaços, que deixaram estas marcas nas nuvens
O projétil que criou as três crateras na ilustração ao lado deve ter chegado aqui já quebrado, há 214 milhões de anos. A gravidade da Terra não é suficiente para partir um cometa à medida que ele se aproxima