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Inveja da primeira classe é maior causa de ataques de fúria em aviões, diz pesquisa

Só saber que o avião tem primeira classe já irrita tanto quando um atraso de 9 horas e meia no vôo

Por Ana Carolina Leonardi
Atualizado em 31 out 2016, 19h03 - Publicado em 4 Maio 2016, 14h45

É incrível pensar que hoje em dia podemos voar para qualquer lugar do planeta. E mais incrível ainda é o quanto esse processo pode ser estressante: filas, atrasos, aviões lotados e cadeiras apertadas. Com isso, surgiu o fenômeno cada vez mais comum do air rage, termo em inglês para explosões de comportamento violento de passageiros ou da tripulação durante um voo.

Uma nova pesquisa da Universidade de Toronto foi a primeira a investigar o que causa essas crises de fúria no ar. E descobriu que o que mais influencia a chance de surtar não é o atraso ou o aperto – e sim ver que tem gente na primeira classe se dando muito melhor que você.

Os pesquisadores analisaram mais de um milhão de voos de uma companhia aérea internacional. Eles consideraram o tempo de atraso, o espaço para as pernas, a largura do assento e a duração da viagem. Nenhum desses fatores influenciou tanto a chance de crises de raiva quanto a presença de assentos privilegiados. Só o fato de um avião ter primeira classe já aumenta 4 vezes a chance de um passageiro surtar – e causa uma irritação equivalente a um atraso de 9 horas e meia na viagem.

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Onde os passageiros embarcavam também fazia diferença. Quando todos embarcavam pela frente do avião, a chance de uma crise de raiva entre os passageiros da classe econômica dobrava, se comparada aos voos em que o embarque era feito pelo meio da aeronave.

Quando você precisa andar pela primeira classe para chegar à classe econômica, não tem como não perceber o privilégio alheio e a sua própria desvantagem – e isso, segundo a pesquisa, aumenta as chances de uma explosão emocional. Mas não são só os passageiros da classe econômica que tem crises de fúria. Quando o embarque é feito pela frente do avião, os sortudos da primeira classe também tem uma chance 11 vezes maior de ter ataques de raiva.

Segundo o estudo, é comum que, quando as pessoas se veem em vantagem, elas tenham menos empatia com os outros. E daí, se tornam mais egoístas, desdenhosas e se sentem no direito de reclamar – o que já é um estado de humor propício para ter um surto.

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A maior parte dos incidentes de air rage acontecem na classe econômica. São 84% contra 15% na primeira classe. Em 73% dos casos, os surtados são homens. Os tipos de ataque mais comuns são passageiros intoxicados (32% abusaram do álcool grátis que algumas companhias oferecem), com comportamento agressivo (29%) e que se recusam a seguir as instruções dos comissários de bordo (18%). Em 10% dos casos, os passageiros também tentaram fumar durante o voo, apesar dos detectores de fumaça.

Para os pesquisadores, a situação do avião representa uma miniatura da sociedade como um todo. Estudos anteriores revelam, por exemplo, que moradores de bairros pobres têm, em geral, uma saúde pior quando são vizinhos de áreas mais ricas. Assim, segundo os cientistas, a desigualdade social não tem só um impacto estrutural, mas pode afetar diretamente o nosso comportamento em situações específicas do dia a dia.

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