Cartino – jogo para 2 a 4 jogadores, produzido por Coluna S.A Gráfica, Jogos e Brinquedos
Este não o mesmo jogo produzido pela própria Coluna há cerca de uma década. Aproveitou-se o mesmo nome para outro jogo, que já vendeu milhões de exemplares nos Estados Unidos ao longo dos últimos doze anos. O nome saiu ganhando, pois este jogo é bem melhor que o anterior.
No Brasil, um dos jogos de cartas mais praticados no ambiente doméstico é o buraco. Ele é um grande jogo, não há dúvida, mas é pena que alguns o pratiquem de modo exclusivo. Para quem gosta de variar é uma trabalheira convencer certos tipos de que há vida inteligente além do mundo das canastras. Pois bem, Cartino é uma excelente alternativa para apresentar a tais pessoas. Analogamente ao buraco, Cartino também faz uso das seqüências e grupos de cartas, mas nele as combinações baixadas pelos participantes não pertencem definitivamente a seus autores, podendo ser desmanchadas e capturadas pelos oponentes. É que os descartes podem ser feitos tanto nas combinações próprias, como nas dos outros, valendo para isso inclusive desmanchar combinações e reconstruí-las com outro ordenamento. Por exemplo, ao descartar um “10” na seqüência “8, 9, 10, 11, 12”, o jogador a transforma em duas seqüências: “8, 9, 10” e “10, 11,12”. Vale mexer à vontade nos jogos já descartados, recombinando-os simultaneamente, desde que, após a ginástica, não reste nenhuma carta avulsa sobre a mesa. Isto, no calor da partida, com uma dúzia de jogos já baixados, pode parecer tão difícil quanto desmontar dois relógios e remontar três – sem sobrar nenhuma peça! Mas vale a pena: depois do esforço você estará com uma ou mais cartas a menos na mão – e é preciso livrar-se de todas elas para ganhar a partida.
As regras sugerem o controle de tempo como uma variação, mas em minha opinião ele é essencial. Assim, um máximo de 2 minutos para cada jogada imprime ao jogo um dinamismo e uma concentração impossíveis de obter numa rodada de buraco. Aliás, é exatamente por isso que não se consegue jogar Cartino com um baralho comum, pois as cartas deste não permitem a mesma visualização e rapidez de manipulação que se consegue com as pequenas plaquetas de Cartino, bem mais grossas e com números enormes.
A embalagem e componentes são de boa qualidade, inclusive com um folheto de regras em papel cuchê, impresso em cores – um requinte incomum nos jogos brasileiros.