Nicotina contra as larvas
A planta do tabaco possui um sistema de alarme e defesa em suas folhas quando atacadas por larvas, e assim que recebe o sinal do ataque aumenta a produção de nicotina para espantar o visitante.
Os vegetais têm seus estratagemas para se defender dos inimigos. Alguns deixam as armas bem à vista, como os carregados de espinhos. Outros são mais sutis e liberam substâncias tóxicas que dão um “chega –pra – lá” nos predadores. A novidade descoberta pelos botânicos é que algumas plantas têm ainda um sistema de alarme químico, que aciona o contra-ataque. É o caso do tabaco. Ele despeja uma superdose de nicotina sobre as lagartas que ousam mordiscar suas folhas. À primeira mordida, a folha ferida produz um ácido mensageiro, que viaja pelo caule até as raízes. Lá, ele “ordena” a aceleração da produção de nicotina, que volta para a folha e acaba espantando o intruso comilão.
As experiências realizadas pela equipe de Ian Baldwin, na Universidade Estadual de Nova York, em Buffalo, Estados Unidos, mostram que a quantidade de ácido mensageiro nas folhas da Nicotiana sylvestris – uma espécie selvagem originária do Chile – começa a subir em cinco minutos. Em duas horas, ele chega às raízes. E leva mais três horas para a nicotina alcançar o local do ataque. Como uma lagarta leva até um dia inteiro para devorar uma única folha, os pesquisadores concluem que o sistema é muito eficiente.