Treinados a enxergar ossos e objetos de pedra, os arqueólogos jamais deram importância a cabelos. Também pudera. Finos e invisíves, eles se misturam ao material orgânico do solo, que é sempre descartado pelos pesquisadores. Em 1986, um fio de cabelo, dentro de uma caverna, no estado americano de Montana, com sedimentos de 14 500 anos, chamou a atenção dos arqueólogos. A partir daí, eles decidiram extrair o DNA do cabelo. Talvez, por meio dele, possam descobrir pistas sobre a dieta e a saúde de povos antigos. E, quem sabe, até resolver questões polêmicas como estabelecer de que exato lugar da Ásia migraram os primeiros povos pré-históricos a caminho da América do Norte.