Sérgio Gwercman, diretor de redação
Se eu acredito em destino? Não sei. Talvez seja abstração demais para sujeitos pragmáticos como eu. Mas isso tampouco me faz acreditar que o ser humano tem controle absoluto da sua vida – como meu avô sempre repetia, “o homem planeja e Deus dá risada”. Assim, se eu tenho minhas dúvidas sobre o futuro estar escrito, também acho um pouco de graça nas pessoas que se sentem responsáveis por tudo que acontece com elas. Fico no meio do caminho: para mim, é a sorte que decide a vida.
Sorte não é ganhar na loteria. Sorte é o acaso – ou o destino, se preferir – influenciando os planos que você faz. É a diferença entre querer que alguma coisa dê certo e ela realmente dar certo. A SUPER, creio, é uma revista de sorte. Fazemos tudo correto, é claro. Mas às vezes parece que só tem energia boa do nosso lado. O ano que termina agora é mais uma prova disso. Tivemos desafios grandes. Passamos por todos com louvor. Mudamos de chefia, por exemplo. Mas a gente deu a sorte de receber Alda Palma, nossa nova publisher, que só trouxe ideias boas à revista e risadas ao nosso dia a dia. Depois perdemos talentos no time de design. Mas conseguimos repô-los em grande estilo. Primeiro veio Alessandra Kalko, que chegou para dirigir a arte trazendo ótimas sacadas e referências visuais. Depois, Renata Steffen, uma profissional capaz de passar 4 dias clicando em links da Amazon para produzir uma única ilustração, que você verá na página 58: brilhante, nada menos do que isso. Elas encontraram um cara criativo como o Gabriel Gianordoli, que foi aprender programação só para fazer infográficos melhores. Encontraram também o olhar de Jorge Oliveira, que tem a sorte de ter um bom gosto bom pra caramba. Sorte é quando até a estagiária se destaca: Renata Miwa é uma das melhores que vi passar aqui, tanto que foi aprovada no Curso Abril e vai dar voos mais altos no próximo ano.
Sorte é ter Emiliano Urbim, o Oráculo, em sua melhor fase: a cada edição o texto dele fica mais divertido e inteligente. Ou a profundidade de Alexandre Versignassi, editor de capas antológicas. Sorte é ver a repórter Karin Hueck crescendo, ganhando novas responsabilidades e passando por elas como se não houvesse desafio ali. É contar com o incrível radar de Bruno Garattoni para farejar boas histórias pelo mundo e saber que Larissa Santana está voltando para a redação após uma temporada na New York University.
Juntos, temos a sorte de ter uns aos outros. A gente se gosta e se diverte nas reuniões de pauta, nas refeições, até nas festas de fim de ano. Trabalhar aqui é muito bacana. E isso tudo me faz acreditar que é muita sorte mesmo poder liderar uma redação como esta. Melhor que isso, só ler o resultado a cada mês nas páginas da SUPER.
Tudo deu certo em 2010. Tomara que a gente dê sorte também em 2011. Obrigado pela sua companhia – e boa sorte para você neste ano que está começando.
Um grande abraço.