Desde que foram descobertas em 1939, as figuras e linhas desenhadas na superfície do planalto de Nazca, a sudoeste de Lima, no Peru, representaram um desafio para os estudiosos das civilizações pré-colombianas. Elas mostram desenhos geométricos, espirais e flores, além de um macaco, uma baleia, um cachorro e uma aranha. São enormes, por isso mesmo indecifráveis ao nível do chão, embora perfeitamente visíveis do céu. Agora, as imagens de dois satélites de recursos naturais – o americano Landsat e o francês Spot – ajudam a esclarecer o enigma.
Pois, com base nessas imagens, o grupo de sensoriamento remoto do Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE) de São José dos Campos, em conjunto com instituições peruanas, localizou pela primeira vez linhas de até 28 quilômetros de comprimento. Elas só puderam ser vistas por inteiro porque os satélites estão a 800 quilômetros de altura. Os ufologistas, que não iriam desperdiçar uma oportunidade dessas, apostam que os sinais serviam de pistas para discos voadores. Os pesquisadores, com os pés no chão, têm outras teorias para explicar essas marcas, criadas pelos ancestrais dos incas entre os anos 200 a.C. e 600 da nossa era. “Provavelmente”, imagina Paulo Roberto Martini, geólogo do INPE, “esses povos faziam os desenhos como oferendas aos deuses pa-ra que só eles, que viviam nos céus, pudessem vê-los.”