Bruno Versolato
O uso mais difundido é a produção de bombas atômicas, mas urânio enriquecido também serve a fins mais pacíficos. O metal é um importante gerador de energia elétrica e é usado como combustível em reatores que ajudam desde propósitos médicos (no tratamento de alguns tipos de cânceres) até o mercado agrícola. É bem provável que as cebolas que você tem na cozinha, por exemplo, tenham passado por um reator que utiliza urânio como combustível. O processo diminui as chances de elas brotarem dentro da sua geladeira e aumenta o tempo de conservação do alimento em mais de seis meses.
Mas a maior parte do urânio encontrado na natureza não tem tanto potencial energético. Das três variações do metal – classificados pelo número de nêutrons de seu núcleo – o mais abundante é o U-238, que também é o mais pobre. O único que tem poder de se fissionar (se quebrar e, assim, gerar energia) é o U-235, que representa menos de 1% de todo o urânio retirado das minas.
O processo de enriquecimento consiste em concentrar a porção de U-235 no urânio bruto, diminuindo a quantidade do metal pobre. O resultado é tão poderoso que apenas alguns gramas de urânio enriquecido substituem toneladas de carvão no fornecimento de energia.