Às vezes, imitar a realidade pode ser útil para entendê-la melhor. Este é o princípio básico dos simuladores de vôo, usados para treinar pilotos civis e militares. O Brasil tornou-se o primeiro país da América Latina a dominar a tecnologia relativamente complexa embutida nesses equipamentos: uma empresa de São José dos Campos, SP, a ABC Sistemas e Aviônica, desenvolveu e está exportando simuladores do Tucano, turboélice de treinamento militar da Embraer. Trata-se de uma réplica, em tamanho natural, da cabine de comando do avião, com todos os instrumentos originais, simulando movimento, sons e imagens do Tucano em vôo. O movimento é imitado mediante um sistema hidráulico de sustentação, que reproduz todos os procedimentos de vôo. O sistema de som, por sua vez, sintetiza os ruídos característicos, desde o motor até o barulho do vento. E um telão panorâmico amplia imagens de pistas de pouso, relevo do solo e outras, geradas digitalmente numa tela de TV. No controle de tudo, um superminicomputador, com 1 megabyte de memória, que também analisa passo a passo as manobras do piloto. O equipamento custa – de verdade – cerca de 2 milhões de dólares, mais que o preço do próprio Tucano.