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Pessoas burras gostam mais de sair com os amigos

Já as muito inteligentes sentem obrigação de dar rolê – mas preferiam passar mais tempo sozinhas.

Por Ana Carolina Leonardi Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
12 Maio 2017, 13h35

Qual é a sua sexta-feira ideal? A resposta pode depender do quão inteligente você é. Um time internacional de psicólogos desenvolveu um estudo para entender como a felicidade humana está ligada à inteligência e à socialização.

A principal conclusão do estudo foi que pessoas menos inteligentes ficam progressivamente mais felizes conforme aumenta a frequência com que socializam com os amigos. Ou seja, sair com gente próxima aumenta seu bem estar e sua satisfação com a vida.

Já com as pessoas muito inteligentes, não existia essa associação. Socialização e amizade não afetavam a felicidade. Pior: para as pessoas extremamente inteligentes, com o maior QI, a felicidade diminuía quanto mais tempo passavam com pessoas queridas.

Os pesquisadores do estudo são especialistas em psicologia evolutiva – ou seja, acreditam que, assim como os fatores biológicos, nossos comportamentos também foram selecionados naturalmente, prevalecendo os mais adaptados à situação.

O que eles propõem é a Teoria da Felicidade na Savana. Para eles, a inteligência nada mais é do que uma adaptação ao mundo moderno: quem é menos inteligente tem mais dificuldade de lidar com os desafios dos tempos atuais. Seu raciocínio e suas emoções ainda seriam muito parecidos com aqueles que apresentavam os humanos antigos, tribais e gregários, na savana africana. Já quem é mais inteligente estaria melhor adaptado psicologicamente aos dias de hoje.

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Na pesquisa, eles avaliaram a inteligência com testes de QI e de inteligência verbal (quanto mais extenso o vocabulário do participante, maior sua pontuação). Depois, avaliaram a satisfação que essas pessoas sentiam em várias situações, que remetiam ao estilo de vida moderno ou pré-histórico.

As pessoas com menor QI se sentiam mais satisfeitas em ambientes mais vazios e menos populosos. Sua felicidade diminuía quando eram expostos aos grandes centros urbanos lotados e impessoais. Encontrar os amigos, portanto, seria uma compensação, criando círculos mais íntimos e, de certa forma, tribais.

Já os mais inteligentes se sentiam bem, mesmo isolados na cidade grande, fortalecendo a teoria dos pesquisadores de que estão mais adaptados à modernidade.

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Mas a pesquisa também encontrou uma informação curiosa. As pessoas mais inteligentes curtem menos os momentos com os amigos, isso já sabemos. Porém, saem com os amigos com uma frequência igual ou maior do que os amigos mais burrinhos.

Isso significa que ou eles não percebem que aquilo não os deixa contentes ou existe uma pressão social que diz que você deveria ficar mais feliz por conviver com pessoas queridas. E aí eles reproduzem o comportamento mesmo que não se sintam mais satisfeitos.

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