Em maio de 1974 , a Royal Society, de Londres, prometeu uma reunião para discutir a existência de vida fora da Terra. Não era sem tempo, pois a era das viagens interplanetárias se implementava e havia grande curiosidade sobre o tema. Mas desde o começo foi grande a decepção: se perderam numa conversa interminável sobre o que é a vida, o que a caracteriza, em que momento exato do processo de evolução ela começou, o que é um ser vivo e o que não é. E nisso ficariam se não corresse ao brilhante zoologista inglês Peter Brian Medawar, Prêmio Nobel de Medicina de 1960, tendo no Rio de Janeiro em 1915, falecido no ano passado, uma frase ferina: “Senhores, todos aqui nesta sala sabem a diferença entre um cavalo vivo e um cavalo morto. Por favor, vamos deixar de chicotear este último”.