Desde que os homens se organizaram em grupo, há milhares de anos, prevalece a vontade de uns em detrimento de outros. Sempre tem alguém com mais voz e com mais condições de fazer valer o que quer e o que acredita, tanto na coletividade como em relações próximas. Esse movimento é natural do ser humano e pode ser constatado em diversas situações: de casamentos forçados a disputas de força já na época das cavernas. Com o tempo, o poder passou a ser discutido politicamente e “entregue” a cidadãos diferenciados por regras criadas nas sociedades. Mas nem mesmo isso nos garante que todo poder é legítimo: na política, ele pode ser imposto – exemplo do que ocorre em ditaduras e revoluções. Em democracias, o exercício do poder é um contrato entre os cidadãos, que elegem seus escolhidos.
O pensador alemão Max Weber (1864-1930) definiu que poder é “toda chance, seja ela qual for, de impor a própria vontade numa relação social, mesmo se houver resistência”. Michel Foucault (1926- 1984), filósofo francês, constatou que o poder é exercido nas sociedades não apenas por meio do Estado e das autoridades, mas de maneiras diversas, das quais muitas vezes não nos damos conta. Chantegear alguém em troca de alguma coisa, então, seria também uma forma de poder.