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Por que levar “ghosting” dói tanto? A ciência explica

Sabe quando o crush para de te responder, sem explicação? Saiba o que as pesquisas dizem sobre o fenômeno que cresceu com os aplicativos de relacionamento.

Por Maria Clara Rossini
29 abr 2022, 17h49

Você conheceu alguém pela internet. Tinder, Facebook, Instagram, não importa. A questão é que você começou a se interessar por aquela pessoa. Conversa vai, conversa vem, vocês marcam de se encontrar pessoalmente. Tudo está indo bem e, alguns encontros depois, a relação e os sentimentos parecem estar crescendo. 

Só que aí aquele crush simplesmente para de responder suas mensagens, sem nenhum aviso prévio. Inicialmente você acha que houve algum imprevisto, mas então passam dias, semanas, meses sem nem sinal da pessoa. E você percebe que o romance acabou por ali.

Isso é levar ghosting. A palavra deriva do inglês “ghost”, que significa “fantasma”. Nada mais é do que ignorar ou desaparecer sem dar explicações. O termo se popularizou em 2015, quando a atriz Charlize Theron rompeu seu relacionamento dando ghosting no noivo Sean Penn – não respondia às mensagens e ignorava as ligações e emails.

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Pouca gente passava por essa situação na época, mas o fenômeno se popularizou com os aplicativos de relacionamento, como Tinder, Bumble e Happn. Nos últimos anos, algumas pesquisas se dedicaram a entender por que um sumiço repentino pode doer mais do que um pé na bunda explícito.

Um estudo de 2018 conduzido com 700 americanos estimou que um quarto deles já havia sofrido ghosting. Já uma pesquisa de 2016 feita pelo site de relacionamento Plenty of Fish entrevistou 800 usuários entre 18 e 33 anos e descobriu que 80% deles já passaram por ghosting. Afinal, o anonimato da internet facilita a criação de conexões, mas também o rompimento delas.

Sofrer ghosting dói – e muito. Já se sabe que a rejeição ativa o córtex cingulado anterior, região do cérebro responsável pela dor física. Isso vale para diferentes tipos de rejeição social, mas a maneira como ela acontece também pode influenciar a experiência: um estudo de 2021 mostrou que as pessoas que sofreram ghosting apresentaram maiores níveis de ansiedade do que aquelas que não passaram.

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Essa ansiedade surge porque o ser humano não lida bem com incertezas. Um estudo de 2016 conduzido pela University College London monitorou 45 indivíduos enquanto eles recebiam pequenos choques elétricos. Os participantes que tinham 50% de chances de receber um choque ficavam mais estressados do que aqueles que com certeza iriam receber um choque. No final das contas, a incerteza do que irá acontecer é pior do que a certeza da dor. 

O mesmo pode ser válido para relacionamentos. No ghosting, você não sabe se a pessoa pode reaparecer ou não, porque ela não colocou um ponto final na relação. Uma pesquisa de 2020 conduzida com 328 usuários de aplicativos de relacionamento mostrou que 14% deles precisavam de uma resposta do parceiro para seguir em frente após o ghosting.

Você pode achar que essas são relações efêmeras, e por isso não deveriam importar muito para quem é rejeitado. Mas uma pesquisa de 2019 descobriu que o tempo médio de um relacionamento antes do ghosting é de seis meses. Ou seja: o ghosting pode acontecer tanto no início quanto em relacionamentos mais avançados – vide o caso de Charlize Theron.

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Sim, é sempre mais fácil dar ghosting e esperar que a outra pessoa entenda o sinal. Afinal, geralmente as pessoas não querem magoar quem está do outro lado da tela, então preferem evitar dar um “fora” explícito. Mas nem sempre essa é a melhor opção. Se você não está mais interessado em um relacionamento, vale a pena ser sincero – e evitar a ansiedade do outro.

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