José Francisco Botelho
Entre o arsenal de que os colegiais dispõem para ferir orgulhos alheios está o “corredor polonês”, passagem estreita entre duas fileiras de punhos e pés percorrida pelos mais fracos. Atos de violência em espaços estreitos contra vítimas indefesas sempre existiram em escolas, quartéis e prisões, mas o termo só surgiu no início do século 20 – e com um sentido bem diferente.
Para entender por que o tal corredor é “polonês”, é preciso dar uma olhada nas fronteiras dos países europeus logo após a 1ª Guerra Mundial (ver quadro abaixo). A Alemanha – um dos grandes perdedores – teve de entregar à recém-nascida Polônia uma fatia sua, a Pomerélia. O território estreito, separando duas províncias germânicas, foi apelidado de Corredor Polonês. Foi para retomá-lo que Hitler invadiu a vizinha em 1939, iniciando a 2ª Guerra.
Com a derrota dos nazistas em 1945, a Pomerélia voltou para os poloneses, que também ganharam ainda as duas Prússias. O Corredor deixou de existir nos mapas, se tornando figura de linguagem.
O corredor polonês original surgiu no fim da 1ª Guerra Mundial, em 1918, foi o pretexto para o início da 2ª, em 1939
1. Espólios
Após a 1ª Guerra Mundial (1914-1918), os vencedores do conflito usaram o Tratado de Versalhes para criar novos países – inclusive um Estado para os poloneses, que havia séculos viviam sob domínio dos vizinhos.
2. Pedaço de mim
A Alemanha cedeu à recém-nascida Polônia a Pomerélia, uma tripa de terra que separava as províncias alemãs da Prússia Ocidental e Prússia Oriental. O território, com 150 km de extensão por 80 de largura foi apelidado de Corredor Polonês.
3. Corre-corre
Foi pelo Corredor que Hitler começou a 2ª Guerra, em setembro de 1939. Os blindados nazistas fustigaram dos dois lados; os poloneses, pegos em uma ratoeira geográfica, foram rapidamente vencidos.