Dez milhões e meio de pessoas foram convidadas a arranhar e cheirar seis cartelas e depois preencher um questionário. São os assinantes da conceituada revista norte-americana National Geographic, que realizou a maior pesquisa de que se tem notícia. Tema: o olfato. As cartelas – encartadas numa edição da revista – continham gotas de essência, cercadas por uma substância química cujas moléculas estouram ao serem arranhadas, liberando o odor. Eram cheiros bem diferentes: suor, banana, almíscar, alho, rosa e gás. A revista recebeu 1,5 milhão de respostas e começou a publicar os resultados.
As mulheres, qualquer que fosse o cheiro, sempre se mostraram mais sensíveis que os homens. Mas as grávidas, que se gabaram de ter um excelente olfato, tiveram mais dificuldade que as outras mulheres em identificar os odores. Ficou claro que existem cheiros fáceis e difíceis: apenas uns 20% dos leitores souberam reconhecer o cheiro tão humano do suor – deve ser por causa do hábito de usar desodorante; e não mais de 30% identificaram o pungente odor de almíscar. E quase todo mundo (99%) acertou no cheiro de banana. Idade mexe com o olfato: aos 20 anos, os narizes percebem praticamente tudo; aos 80, raras pessoas ainda sentem um cheiro qualquer – e, regra geral, quando sentem, não conseguem reconhecê-lo.