Há toda uma categoria de jogos que H. J. R. Mmray, um dos maiores historiadores do assunto, batizou como “de confirmação e alinhamento”. Dentre eles está o jogo-da-velha, para o qual sé pode arranjar um parceiro em qualquer canto deste planeta. A imagem da grade com xis e zeros, cruzados por um traço, é um símbolo reconhecido universalmente, muitas vezes associado à vitória, outras, ao tédio, mas curiosamente nunca à derrota – que é, afinal, um sub- produto necessário.
Muitas outras criações foram e continuam sendo inspiradas no princípio do alinhamento, todas destinadas a banir o tédio e aumentar o prazer do desafio intelectual. Uma das mais recentes é Virando o jogo, um produto inteiramente moldado em plástico, com um generoso tabuleiro de 35 x 35 cm2. Sobre ele não há casas, mas apenas um espaço onde são encaixados nove módulos quadrados – também plásticos cada qual com quatro cavidades. É nelas que os jogadores colocam as peças.
Em Virando o jogo não são as peças que se movem, mas o tabuleiro, ou melhor, os módulos que o compõem. Os participantes se alternam fazendo um lance por vez, que consiste em pôr uma peça nova ou girar 90° qualquer um dos nove módulos, com tudo que houver em cima dele. O objetivo é formar uma seqüência contínua de quatro peças próprias, alinhadas na horizontal, vertical ou diagonal, mas pode-se dificultar a brincadeira, estabelecendo como meta uma seqüência de cinco ou mesmo seis peças, ou ainda permitindo que se troquem os módulos de lugar. Essas (e outras que o leitor inventar) são experiências interessantes, pois na versão básica a vantagem do primeiro jogador é muito sensível.
Um lançamento que agradará àqueles que apreciam jogos abstratos, de contornos clássicos, revitalizados por inovações inesperadas.