Alterações na pressão atmosférica podem ser a “gota d’água” para um tremor de terra, no Japão. A conclusão é do sismologista japonês Masakazu Outake, que estudou os grandes terremotos ocorridos durante 1 300 anos, naquele país. Ele percebeu que os treze maiores abalos entre os anos 684 e 1946 aconteceram exatamente durante o outono e o inverno, quando a pressão atmosférica é mais alta. Segundo Outake, a probabilidade disso ocorrer é de apenas uma em mil. Ou seja, treze grandes tremores num mesmo período do ano não podem ser simples coincidência.
O pesquisador estudou a costa sudoeste do Japão, onde a placa rochosa do fundo do Mar das Filipinas mergulha por baixo do continente japonês, empurrando-o para cima (veja quadro). Ele analisou também os dados meteorológicos dos últimos 34 anos da região. Conclusão: entre agosto e fevereiro, a pressão atmosférica ali é bem mais alta do que no restante do ano. Outake admite que a atmosfera não é capaz de provocar terremotos sozinha. Mas a pressão do ar pode, sim, facilitar a acomodação da terra.