Relâmpago: Revista em casa a partir de 10,99

Uma mistura fina

Pegue um baralho, acrescente uma pitada de um jogo milenar africano e faça a festa.

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h51 - Publicado em 31 jan 1998, 22h00

Luiz Dal Monte Neto

Um baralho é uma caixa de jogos leve e compacta, mas com conteúdo tão variado que é capaz de agradar virtualmente a qualquer tipo de gosto. É uma pena que tanta gente desconheça esse potencial, mantendo a idéia estereotipada de que as cartas estão irremediavelmente associadas aos chamados jogos de sorte ou, como preferem alguns, revelando um certo preconceito, de azar.

Em meio a essa variedade, pode-se encontrar desde passatempos automáticos, no sentido de transcorrerem inteiramente ao acaso, até exercícios sofisticados de puro raciocínio. O repertório é grande e não pára de aumentar: sempre há gente talentosa criando novas receitas para esses bons e velhos ingredientes.

Um caso que merece destaque é o Cartawel, proposto por Michel Brassinne na revista francesa Jeux & Stratégie (nº 21, 1983).

O nome foi escolhido por se tratar de um cruzamento do baralho com o Awelé, jogo africano milenar, de um tipo conhecido como Mancala, praticado com sementes em orifícios cavados no solo ou em tabuleiros de madeira ou cerâmica.

Continua após a publicidade

Cartawel é para dois participantes. Cada um escolhe um naipe e pega suas treze cartas (é melhor que um escolha um naipe preto e o outro, um vermelho, simplesmente porque fica mais fácil fazer a distinção). Com doze das cartas restantes, monta-se um círculo no centro da mesa, pondo-as como se estivessem sobre os números do mostrador de um relógio. Elas devem ficar com as faces para baixo e servirão apenas para simular um tabuleiro com doze casas, nas quais se desenvolverá a partida. O restante do baralho não será utilizado.

Em seguida, os jogadores se alternam pondo suas cartas, uma a uma e abertas, sobre cada uma das doze casas. O lugar não importa. Depois que todas as casas contiverem uma carta (lembre-se de que aquelas primeiras, com as faces para baixo, são “tabuleiro” e não contam), a colocação prossegue livremente, até que ambos liquidem seus montes. A única restrição é que nenhuma casa pode ficar com mais de três ocupantes. Uma vez arrumadas, todas as cartas devem permanecer visíveis (veja figura 1). Feito isso, o jogo pode começar.

Os lances são alternados. Na sua vez, o jogador deve escolher e pegar qualquer pilha que tenha ao menos uma carta da sua cor e descartar seu conteúdo pelas casas seguintes, em sentido horário, uma carta em cada casa (agora sem o limite das três cartas). A ordem em que elas são descartadas não precisa ser a mesma em que estavam na pilha. O que importa: sempre que o último descarte inteirar exatamente duas ou três cartas numa casa cuja carta mais alta pertença a quem está jogando, este ganha todo o conteúdo empilhado. E também o conteúdo das casas anteriores que preencham os mesmos requisitos. Quando ocorre empate pela carta mais alta, não se ganha nada. A hierarquia das cartas em ordem crescente é 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, J, Q, K e A.

Continua após a publicidade

A partida prossegue da forma descrita até que um dos lados não tenha mais como fazer um lance. Aí, ambos contam seus pontos: as figuras (valete, dama e rei) e os ases valem 20 cada; as demais cartas valem o número impresso. Quem obtiver o maior total será o vencedor.

Luiz Dal Monte Neto é arquiteto e designer de jogos e brinquedos

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 5,99/mês*
OFERTA RELÂMPAGO

Revista em Casa + Digital Completo

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
A partir de 10,99/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.