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Uma produção de elite

Filme de José Padilha se transformou em uma máquina de bater recordes. Para fazer isso, contou com a ajuda dos melhores efeitos especiais que Hollywood pode exportar

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h46 - Publicado em 25 mar 2011, 22h00

Mauricio Svartman

Os soldados de tropa de elite (o filme, não o bope) só foram barrados no congresso Nacional, que proibiu as filmagens. no resto, eles não pouparam esforços. para as cenas da rebelião de presos em bangu 1, a penitenciária foi reproduzida em um estúdio de 1 000 m2 e incendiada numa simulação para ver como a fumaça se comporta-ria em caso de um colchão queimado.

Depois, reconstruíram o cenário. O esforço consumiu 15% do orçamento de R$ 12,5 milhões. E mostrou que a produção não estava para brincadeira. Desde que Cidade de Deus (2002), de Fernando Meirelles, foi indicado a 4 Oscars, o cinema nacional percebeu que havia um amplo mercado no exterior para filmes cujo foco não fosse a miséria do Nordeste do Brasil, mas paisagens urbanas, com histórias sobre o cotidiano das capitais do país. Com produções de nível hollywoodiano, eles reconquistaram um público ávido por qualidade: o brasileiro.

Após duas semanas em cartaz, Tropa 2 já havia contabilizado mais de 5 milhões de espectadores, espalhados em 696 salas (um terço do total do país), e se tornado o filme nacional mais visto do ano, ultrapassando o blockbuster espírita Nosso Lar, que teve 3,8 milhões de espectadores. Até o fim do ano, ele pode ser a produção mais vista no Brasil em 2010, desbancando os 9 milhões de espectadores de Avatar. E, quem sabe, se tornar o filme nacional mais visto da história – o recorde absoluto pertence a Dona Flor e Seus Dois Maridos (1976), de Bruno Barreto: 10,7 milhões de espectadores.

“Tínhamos uma ótima expectativa com base no retorno dos exibidores e da internet, por isso abrimos o filme em muitas salas”, conta Padilha. “Fico feliz em saber que, na 2ª semana do filme, o cinema brasileiro como um todo ocupa 55% das salas do Brasil”, conclui.

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Para cuidar dos efeitos especiais, a produção do filme trouxe novamente o experiente Bruno Van Zeebroek, de Star Wars, Duro de Matar e Transformers, além de William Boggs, que foi responsável por Homem-Aranha.

O que não impediu uma dose de improviso: para reproduzir em estúdio o presídio citado no início do texto, o diretor de arte Tiago Marques visitou o local original por 50 minutos e, sem poder levar câmera ou filmadora, teve de memorizar a área.

“Já fui a outros presídios, mas nenhum tão opressor quanto Bangu 1. Não senti medo, mas a sensação é terrível, de fim de linha. Você se pergunta o que pode ser pior que aquilo”, contou Marques em entrevista recente ao site especializado Página do Cinema.

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Além do estúdio, outras localidades usadas foram um edifício no centro do Rio de Janeiro (que virou a Secretaria de Segurança), a Assembleia Legislativa, o quartel-general do Bope e 4 favelas com presença de UPP e sem tráfico, para evitar qualquer problema com a presença de armas de fogo. “Foi bem mais fácil de filmar que o primeiro”, diz um aliviado Padilha, que teve as armas de Tropa 1 roubadas e precisou comprar tudo outra vez para continuar as filmagens.

Sérgio Barata, inspetor da polícia responsável pela segurança, conta que foram usadas quase 30 armas de fogo adaptadas para festim. Nas mãos de um armeiro, no entanto, poderiam ser revertidas para uso com balas de verdade.

“Mantivemos o máximo de sigilo sobre a localização dos cofres e contratamos uma empresa de segurança para cuidar apenas das armas. No transporte de um local para outro, havia troca de veículos e escoltas”, explica Barata. Enquanto no mercado oficial um fuzil custa de R$ 6 mil a R$ 7 mil, no mercado paralelo o valor sobe para R$ 20 mil a R$ 25 mil.

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Uma das dúvidas mais frequentes colhidas na saída do cinema era a seguinte: por que o filme não foi lançado antes do 1º turno das eleições, já que tem um forte viés político? A explicação, segundo Padilha, nada tem a ver com política: “A única data que faria sentido mercadológico antes das eleições seria 3 de setembro, mas o filme não ficou pronto a tempo. Depois dessa data, a melhor era 8 de outubro: em cima de dois feriados, no começo do mês, em uma data em que não teríamos que disputar salas com outros grandes filmes americanos, como aconteceria com o Harry Potter, em novembro, por exemplo”, explica o diretor. O filme ainda não tem data de lançamento nem contrato de distribuição no exterior. Há rumores de que Steven Spielberg estaria interessado em distribuí-lo nos EUA.

Os números de tropa de elite 2

Orçamento

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• R$ 12,5 milhões
• R$ 150 MIL de gastos com prevenção à pirataria
• R$ 1,8 milhão de gastos com a reprodução em estúdio de Bangu 1
• 30 armas de fogo utilizadas
• 300 atores entre elenco principal e figurantes
• 180 pessoas equipe de filmagem
• 1,3 milhão de espectadores no 1° fim de semana
• 5 milhões de espectadores nas duas primeiras semanas
• 696 Salas de exibição dedicadas ao filme (1/3 das do país)

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