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24 regras de etiqueta da vida digital

Você fala mais com os dedos do que com a boca. Tem mais amigos no Facebook do que na faculdade. Conta mais piada no Twitter que no bar. A tecnologia está no centro das relações sociais. Mas como se comportar?

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 19h05 - Publicado em 24 mar 2011, 22h00

Felipe Van Deursen e Bruno Garattoni

1. Amo meu smartphone. Mas ele é meio grande, aperta o bolso da minha calça – e não consigo ouvi-lo quando está dentro da minha mochila. Posso colocá-lo sobre a mesa do bar ou do restaurante?
Se for um almoço ou jantar formal, nem pensar (compre uma calça maior, um aparelho auditivo ou então, melhor ainda, desligue o aparelho). Quando você estiver no bar com seus amigos, vá lá. Mas é meio brega. Faz tempo que celular não é mais símbolo de status – e, a menos que a mesa seja formada por programadores, ninguém está interessado nos aplicativos que você baixou.

2. Liguei para uma pessoa e ela não atendeu. Deixo recado ou mando SMS?
Mande SMS. As estatísticas mostram que, desde 2009, as redes de celular têm mais tráfego de dados que de voz. Ou seja, a caixa postal é um artefato do século 20: lento, caro e invasivo. Só use em último caso, em recados formais (para seu chefe, sogro, médico etc.). Ou se você quiser dar uma de stalker.

3. Choque elétrico, arrancamento de unhas, afogamento simulado. Nenhuma dessas torturas se compara às reuniões da minha empresa: estou preso numa há 3 horas, e quero me matar. Posso buscar alegria no mundinho mágico do meu smartphone?
Não busque alegria. Busque conhecimento. Brincadeira. Bem, se os outros estiverem usando seus aparelhos, pode até ser. Tudo depende da idade média das outras pessoas. “Se para os chamados babyboomers (pessoas com mais de 45 anos) isso pode ser grosseiro, para os membros da geração Y (gente com menos de 30 anos) o indelicado é não responder um SMS em 5 minutos”, afirma Marcelo Coutinho, diretor do Terra América Latina.

4. Ligam pra mim no meio dessa reunião super­legal. É impor­tante. O que faço?
Escolha uma das alternativas abaixo.
A. Ignore a chamada e desligue o celular.
B. Saia para atender, mas volte rapidinho.
C. Saia para atender, mas fique meia hora enrolando.
D. Coloque no viva-voz e peça a outra pessoa para dar pitaco na reunião.

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Resultados
Se você respondeu A, ganhou pontos com o chefe – mas perdeu a chance de recuperar a sanidade mental por alguns minutos (o que seria proporcionado pela opção B). A alternativa C só serve para pessoas folgadas extremamente criativas: se você voltar do passeio com uma boa ideia para apimentar a reunião, por que não? Opção D? Prepare-se para ser tachado de louco – ou gênio das estratégias corporativas (qual patrão não adoraria os insights do seu tio do interior?).

5. Estou numa peça de teatro insuportável. Tudo bem passar o tempo respon­dendo umas mensagens no celular?

Quando você for a um programa potencialmente chato, tipo palestra motivacional ou peça do Gerald Thomas, tome as precauções necessárias: coloque o brilho do visor no mínimo, para poder ligá-lo sem dar muita bandeira. Se você tiver seguro do aparelho, melhor ainda – Thomas já chegou a arrancar o celular da mão de um espectador.

6. Quero dar unfollow em alguém. Como fazer isso sem criar um clima ou ganhar um inimigo?

Se você der unfollow, a pessoa vai perceber – existem plug-ins para Twitter e Facebook que alertam sobre esse gesto inamistoso. Existe uma solução melhor. Instale o Tweetfilter, que é um acessório para o navegador Google Chrome e permite ocultar os tweets de uma pessoa sem dar unfollow nela. No Facebook, clique no pequeno “X” que é exibido ao lado do comentário mala – e aparecerá uma opção que permitirá ocultar todas as atualizações daquela pessoa.

7. Posso usar ringtones personalizados?
Pode, desde que você evite o ridículo do óbvio (ou o óbvio do ridículo). Como lembra Luiz Yassuda, colaborador do site de tendências Brainstorm #9: “Colocar o tema do plantão da Globo como toque personalizado para a mulher é muito manjado”.

Também não valem:
– Funk, Charm e pancadões do tipo.
– Clássicos de Justin Bieber, como “Baby”.
– Música-tema de Super Mario Bros. Ser nerd é legal, mas sem exageros.
– Coisas tipo “Ô ADRIANO, TÁ ME OUVINDO?” ou qualquer piada ligada ao Pânico na TV e similares. Prefira A Praça é Nossa.

8. Posso escutar música no trabalho como se não houvesse amanhã e o chefe estivesse em Aruba (mesmo ele estando do meu lado)?

Claro. Um estudo da Universidade de Illinois constatou que ouvir música no trabalho aumenta a produtividade média das pessoas em 6,3%. Mas, para não ficar totalmente alheio ao que se passa no escritório, instale o aplicativo Awareness (leia mais na página 86).

9. Meu colega não tira os fones de ouvido. Só que eles vazam o som e sou obrigado a ouvir as músicas dele, na forma de chiadinho, o dia inteiro.

Descubra a data de aniversário da pessoa e presenteie-a com um fone do tipo in-ear – são aqueles modelos com ponta de borracha, que ficam enfiados no canal auditivo e por isso não deixam o som escapar. Custam em média R$ 60.

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10. Assinei um plano de internet mega rrápido. Posso compartilhar a conexão com o pessoal do meu prédio?
Por mais que você esteja com megabytes sobrando, é melhor não. Em fevereiro, a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) multou em R$ 3 mil um internauta de Teresina que compartilhava sua conexão com mais 3 pessoas. Os contratos dos serviços de banda larga proibem o compartilhamento.

11. Adoro encaminhar correntes de e-mail e arquivos de PowerPoint com mensagens edificantes. Posso?

Se você tem mais de 50 anos, pode mandar para seus filhos e sobrinhos. Se não, não.

12. Meu vizinho deixou A rede Wi-Fi abertA sem querer. Oba! Posso usar?
Se a sua vida depender disso… Mas não digite senhas de sites como Gmail, Twitter ou Facebook. E não baixe nada: fazendo downloads, você poderá estourar a cota de tráfego (limite imposto por serviços como o Vírtua) do vizinho.

13. Como devo batizar a minha rede?

O nome da sua rede Wi-Fi pode ser visto por todo mundo num raio de até 100 metros. Não use seu próprio nome ou sobrenome, pois é exposição demais. E evite termos relacionados a futebol, pois eles podem atrair hackers que torçam para outros times (invadir uma rede Wi-Fi é muito mais fácil do que você imagina). Use um nome neutro, que não chame a atenção.

14. E a senha?

Um dia, as visitas vão querer usar o Wi-Fi na sua casa – e você terá de compartilhar a senha com elas. Não repita as senhas que você já utiliza para outros serviços, como Gmail e Facebook, e evite coisas que possam ser constrangedoras (na linha “rickfofucho33”).

15. Escrevi uma grande besteira no Twitter. Apago ou ignoro?

Se você se der conta rapidamente, apague. Mas, se o tuit foi escrito há mais de 10 minutos (ou se você tem muitos seguidores), não adianta deletá-lo: com certeza alguém já viu, e sua tentativa de eliminar a mensagem chamará mais atenção para ela. Escreva 4 ou 5 tweets sobre outros assuntos, para que a mensagem infeliz seja jogada para a parte de baixo da tela. Se mesmo assim der confusão, peça desculpas e siga em frente.

16. DM or not DM?
“@rogério Vamos nos encontrar no bar hoje?” Twitter não é lugar de chat. Se você quer falar com uma só pessoa, use o recurso de Direct Message (ou serviços como o Twee.li, que adiciona um mensageiro instantâneo no Twitter). Não atormente seus seguidores com mensagens que não dizem respeito a eles.

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17. “Fulano convidou você para fazer parte do Sonico/Hi5/Quora (ou qualquer outra rede social que você não usa nem quer usar)”. E agora?
Se o autor do convite é seu amigo, e se deu ao trabalho de escrever uma mensagem personalizada, é de bom tom adicioná-lo. Já se você receber apenas um convite padronizado, gerado pelo próprio site, pode ignorá-lo (seu amigo provavelmente convidou dezenas de pessoas e nem vai perceber).

18. Passei Photoshop na foto do meu perfil no Facebook. Pode, Arnaldo?

Dar um tapa no contraste e nas cores não vai matar ninguém. Só não faça como Paula Leite, a participante do BBB 11 que afinou a própria cintura numa foto de praia. “Quem abusa ganha o apelido de ‘beleza thumbnail’”, diz Vitor Guerra, da agência Ideia S/A. Também não coloque uma foto em que o seu rosto aparece meio de lado. Todo mundo sabe que isso é um truque para parecer mais magro.

19. Devo preencher campos como esportes, filosofia e religião no perfil do Facebook?
Sim. Mas evite coisas radicais ou polêmicas – 70% das empresas olham o Facebook dos candidatos a emprego.

20. Meu amigo está entulhando meu Facebook com atualizações de Mafia Wars, Farmville e outros joguinhos.

Instale o Facebook Purity (www.fbpurity.com), que elimina automaticamente todas as menções a esses games.

21. Quero ver um filme muito raro, que não existe em DVD – só nos downloads ilegais. Posso baixar?

Não deveria. Mas, ao fazer isso, você não está roubando dinheiro do artista (pois o filme não está à venda). E até ajuda, pois chama atenção para a obra dele.

22. Não entro no Orkut há um tempão. Devo me suicidar?

Não! A vida sempre vale a pena. Agora, se você está se referindo a seu perfil no Orkut: deletar a conta dá mais trabalho do que simplesmente deixá-la parada lá. E, segundo o Ibope, o Brasil ainda tem 43 milhões de usuários no Orkut – sempre pode aparecer um amigo ou conhecido por lá.

23. Amo minha cara-metade. Estamos juntos na foto do perfil. Tudo bem?
Não. A não ser que vocês queiram ser vistos como se fossem gêmeos siameses na rede social, é melhor cada um ter seu perfil. Sempre haverá assuntos a ser tratados só com o Michel, não com o “Michel & Vania Forever
24. Estou fazendo o upload das fotos da festa de ontem. Devo ou não taguear (marcar) meu amigo numa foto em que ele está desmaiado de tanto beber?
Melhor não. Se a foto for mesmo embaraçosa, nem publique: mande antes por e-mail para o seu amigo e peça permissão a ele. Também cheque o que você realmente está subindo. “Uma conhecida postou uma foto de suas cachorras e digitou a legenda ‘Os dois monstrinhos’. Mas, na verdade, era uma imagem das nádegas dela”, diz Gil Giardelli, coordenador da ESPM e especialista em redes sociais.

Para saber mais

The Essential Guide to Social Media
Brian Solis, 2008.abr.io/NQR

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