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5 sequências de acordes muito (muito!) usadas na música

O que os cinco aí da foto têm em comum (além de muito dinheiro)? Todos fizeram músicas com os mesmíssimos 4 acordes – saiba quais são, e conheça outros.

Por Bruno Vaiano Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 27 out 2020, 15h07 - Publicado em 6 set 2017, 16h26

Todas as canções são feitas de acordes. Acordes são conjuntos de três, quatro ou até cinco notas – o céu é o limite – que, quando colocados em sequência, servem de base para toda a música popular, do jazz da década de 30 ao arrocha de Pablo. Em uma roda de amigos (aquela em que alguém sempre toca Legião Urbana), é o violão que toca os acordes – a parte harmônica, em que as notas são tocadas ao mesmo tempo –, enquanto os desafinados de plantão tentam imitar Renato Russo – a parte melódica, em que uma nota vem atrás da outra.

Se você tenta roubar a parte cantada (melódica) de uma música, qualquer um vai sacar na hora. Até George Harrison, o Beatle discreto, pagou uma multa salgada depois que sua canção solo My Sweet Lord saiu um pouco parecida demais com uma canção de 1963 chamada He’s So Fine.

(1) Se você pegar os acordes, por outro lado… bem, aí quase ninguém vai notar. Prova disso é o grupo australiano Axis of Awesome: no vídeo abaixo, eles tocam os quatro primeiros acordes de Don’t Stop Believing, do Journey (sim, aquela que o elenco de Glee gravou). E então emendam outras 36 canções de todos os estilos e épocas que usam exatamente a mesma sequência – entre elas, uma cada artista da imagem lá em cima. O resultado é sensacional.

Essa é só uma amostra grátis. A Wikipedia tem uma lista com mais de 100 canções que usam a mesma série – que, na língua dos músicos, é representada pelos números romanos “I-V-vi-IV”.

Se você é leigo, calma: essa sopa de letrinhas é mais simples do que parece. Pegue aquela ordem clássica, que todo mundo aprende na escola: “dó, ré, mi, fá, sol, lá, si”. Essa é a tal da escala de dó maior. O acorde “I” (1) é o que é construído a partir da primeira nota da sequência – no caso, dó. O acorde “V” (5) é feito com a quinta nota da sequência – no caso, sol. E por aí vai. Existem outras 11 escalas maiores, mas seja lá qual for o caso, basta contar. O que interessa aqui é que se você emendar Chora, me LigaProibida para Mim, Poker Face e Someone Like You, vai ficar ótimo, e isso só acontece todas são feitas no mesmo “chassi”.  

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Lady Gaga diante da possibilidade de um mash-up com Adele ()

(2) Esses, porém, não são os únicos acordes que foram adotados e amados por todos os músicos. Pegue, por exemplo, Last Kiss – aquela fofa deprê do Pearl Jam que na verdade é um cover de uma canção de Wayne Cochran, gravada em 1961. A sequência é só um pouquinho diferente: I-vi-IV-V. Não por coincidência, a mesma de Stand by Me, de Ben E. King, do mesmo ano. E daquele jazz antigão que todo mundo já ouviu e ninguém sabe o nome: Blue Moon, de 1934 (o link é para a gravação de Billie Holiday). Também está em Every Breath you Take, o hino dos stalkers do The Police, e Don’t Dream it’s Over – aquela do refrão que faz “Reinaldo! Reeeeeinaldo!” Não ficou satisfeito com exemplos? Bem, dê uma olhada nesta lista, com outras 100 canções iguais, e você encontrará uma favorita.

Eddie Vedder ao descobrir que músicas são todas iguais. ()

(3) A grande pioneira do clichê foi uma sequência de oito acordes usada pelo compositor barroco alemão Johann Pachelbel por volta de 1680 para fazer seu Cânone em Ré Maior – uma peça que até hoje é tocada em casamentos e enterros por aí. Em 1994, o Blues Traveler usou exatamente os mesmos acordes para a canção Hook – cuja letra critica justamente o fato de que há muito dinheiro e pouca criatividade na indústria musical (não se esqueça de ver Emma Stone cantá-la, só que não, no programa do Jimmy Fallon. É muito divertido).

Os números, nesse caso, são I-V-vi-iii-IV-I-IV-V (se você já está se perguntando porque os números às vezes são escritos minúsculos, é fácil: eles são os acordes menores, que soam mais melancólicos e fechados. As maiúsculas são acordes maiores, que soam mais felizes e brilhantes). Eles também dão as caras em Basket Case, do Green Day, e Streets of London, de Ralph McTell.

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(4) A menção ao Legião lá em cima não foi sem querer. O grande hino dos revoltados brasileiros, Que País é Esse?, é uma eterna repetição dos acordes VI-VII-i. Que também estão, com variações, em I Don’t Care, dos Ramones (de onde Renato Russo provavelmente tirou a ideia), All Along the Watchtower, de Bob Dylan – e aparecem invertidos no finalzinho de Stairway to Heaven e em Best of You, do Foo Fighters.

(5) Difícil mesmo é superar a progressão de blues, que na sua versão mais comum é I-I-I-I-IV-IV-I-I-V-IV-I-V. Não dá nem para começar a contar todas as músicas que contêm esses acordes ou variações deles – do tema do Batman a I Feel Good, de James Brown. O exemplo mais conhecido sem dúvida é Johnny B. Goode, de Chuck Berry – um marco tão importante para a cultura popular que foi enviada nas gravações na sonda espacial Voyager 1 como uma das coisas que alienígenas deveriam saber sobre nós, segundo a Nasa, caso um dia eles encontrem a nave.

Chuck Berry quando soube que era autor do único rock cósmico. ()
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