A Netflix pode ser uma bolha – assista antes de ela estourar
Os serviços de streaming, que produzem entretenimento quase gratuito, podem estar com os dias contados.
Se você – assim como nós aqui da redação – não tem uma vida social muito agitada, sabe que a Netflix vive lançando séries novas em seu catálogo. Boa parte delas são produções próprias: escritas, dirigidas e gravadas por eles mesmos, como os ótimos House of Cards, Narcos ou Stranger Things. Mas não é só a Netflix que produz seus seriados particulares: a HBO (com Game of Thrones e Westworld) e a Amazon (com Transparent e Mozart in the Jungle), por exemplo, também não ficam atrás, na esperança de cativar a nossa audiência e de nos tirar da frente de outros tipos de entretenimento gratuito, como o Facebook ou o Instagram. De fato, espera-se que em 2017 sejam produzidas 500 séries na televisão, nos canais a cabo ou nos serviços de streaming. É quase o dobro de 2010, que teve 216.
Apenas a Netflix deve gastar no ano que vem US$ 6 bilhões para bancar suas produções – quase o dobro do que investiu em 2014. Até aí tudo bem, você pode pensar – uma empresa precisa investir para se manter em pé. O que pouca gente sabe é o tamanho das dívidas do serviço de streaming. A Netflix deve US$ 14,3 bilhões de dólares – um valor 36 vezes maior do que todo o dinheiro que ela já faturou desde que botou suas ações no mercado, em 2002. Ou seja, a conta está longe de fechar. Mesmo a Amazon lucrou no ano passado US$ 596 milhões (depois de ter perdido US$ 241 milhões em 2014), um resultado não muito impressionante para uma empresa com uma receita de US$ 107 bilhões.
Assim, não é de se estranhar que a boiada dos seriados bons e quase-de-graça (os pacotes da Netflix custam a partir de R$19,90 ao mês, enquanto que a Amazon cobra US$11 de seus assinantes americanos) esteja com os dias contados. Alguma hora, essa bolha pode estourar.