Aquarela do Brasil
A história da música brasileira em todas as suas cores, ritimos e melodias

MPB
Não é bem um gênero, mas sim um jeito de compor derivado do samba, de ritmos nordestinos, do jazz e do pop. Seus maiores destaques são Caetano (foto), Gil, Chico Buarque, Djavan, Ivan Lins e o Clube da Esquina, capitaneado por Milton Nascimento.
Bossa Nova
Um samba jazzificado, grande responsável pelo prestígio atual da nossa música. O jazz e a divisão rítmica, simplificados por João Gilberto, se juntaram a talentos como Tom Jobim (foto), Vinícius de Moraes, Roberto Menescal e Carlos Lyra.
Choro
Surgiu no Rio, por volta de 1850, como um modo mais “chorado” de tocar polcas. Ganhou estofo com as composições de Ernesto Nazareth (foto) e desenvolveu linguagem própria graças a nomes como Pixinguinha. Teve em Jacob do Bandolim um gigante.
Sertanejo
Até os anos 40, tudo o que não era samba recebia o carimbo “regional”, fosse embolada, toada, calango ou baião. Hoje o termo se aplica às vertentes mais “comerciais” da música caipira, cuja base vem das modas de viola e de ritmos indígenas como cururu e cateretê. (foto: Chitãozinho e Xororó)
Marchinha
Derivada da marcha militar, evoluiu paralelamente ao samba e foi a música de Carnaval por excelência, reinando dos anos 20 aos 60. João de Barro (Braguinha) e Lamartine Babo (foto) são os mestres desse gênero, do qual participaram Noel Rosa e Ary Barroso. A marcha-rancho, mais sofisticada, derivou dos sopros dos cortejos carnavalescos.
Brega
Filho da Jovem Guarda, de Vicente Celestino (foto) e de vários boleristas. Confundiu-se com o pop, reinou nas paradas e influenciou vários segmentos. Define hoje um subgênero paraense.
Baião
Surgiu dos acordes do repente, estilizados por Lauro Maia nos anos 30, que chamou o estilo de balanceio. Luiz Gonzaga(foto) deu contornos definitivos ao gênero e o tornou famoso em 1946, ao lançar a canção-manifesto “Baião”. A partir dos anos 70, o nome que prevaleceu foi forró, que compreende também coco, xote e xaxado.
Samba
O ritmo mais importante do país, adotado como símbolo nacional e difundido com apoio oficial a partir dos anos 30. Nasceu dos batuques africanos e tomou forma no final do século 19, nas casas das “tias” baianas da Praça Onze, no Rio. De lá, levado por Sinhô, chegou aos salões. Pelas mãos de Ismael Silva e outros, subiu os morros. Noel Rosa, Ary Barroso e Ataulfo Alves fizeram o estilo ganhar o mundo e viver sua chamada “época de ouro” na voz de intérpretes como Carmen Miranda (foto) e Orlando Silva. Até os anos 50, evoluiu em vertentes como o samba sincopado (de Geraldo Pereira e Wilson Batista), samba-choro, ou samba de gafieira, e o samba-canção, antes de desaguar na bossa nova e nas fusões de Jorge Ben. Nos anos 80, renovou-se em forma de pagode e prestou-se a misturas com o pop, a MPB e a eletrônica.
Jovem Guarda
O pop/rock internacional mete o pé na porta do mercado brasileiro e, disfarçado de ingênuo modismo adolescente, cai no gosto popular para transformar gerações e gerações. Até hoje! (foto: Roberto Carlos)
Tropicalismo
O corte que abriu a cabeça da MPB para influências pop/rock, promovendo também a revisão de gêneros populares como o brega. Respaldada pelo sucesso das obras de Caetano e Gil (foto), a atitude tropicalista funciona como revolução permanente, estejam seus principais artistas no establishment ou não.
Frevo
Nasceu da marcha-polca e manteve-se basicamente restrito a Pernambuco. Virou tradição no Carnaval baiano com Dodô e Osmar (foto) e acabou entrando na receita da axé music.
Rock
Começou tímido nos anos 50 e foi engolido pela Jovem Guarda e pela Tropicália. Nos anos 70, deu um salto qualitativo com Rita Lee e Raul Seixas. Foi quase deglutido pela MPB a partir de trabalhos como os de Secos & Molhados, Novos Baianos e Alceu Valença. Nos anos 80, ressurgiu com nomes como Lulu Santos, Paralamas, Barão Vermelho, Titãs (foto) e Legião Urbana. Desde então, se desenvolve em múltiplos subgêneros.