Cinema brasileiro
Com mais de um século de existência e sem uma indústria consolidada, a produção de cinema no Brasil sempre foi marcada por altos e baixos. Conheça as fases e alguns dos grandes sucessos que fizeram a história das telas nacionais
Primórdios – Início do século 20
Marco: A primeira sessão de cinema brasileiro no dia 1º de maio de 1897, em Petrópolis, no Rio de Janeiro
Na tela: Quatro curtas dirigidos pelos irmãos Affonso e Paschoal Segreto
Fora dela: Durante os anos 20, nascem núcleos regionais de produção em diversas cidades brasileiras, como Recife, Taubaté, Belo Horizonte, Pelotas, Campinas, Porto Alegre e Cataguases, de onde saiu o diretor Humberto Mauro, um dos expoentes dessa fase
Limite – Melhor filme segundo a crítica
Diretor: Mário Peixoto
Ano: 1931
A Era dos Estúdios – Anos 30 a 50
Marco: A criação dos centros cinematográficos Cinédia (1930), Atlântida (1941) e Vera Cruz (1949)
Na tela: As comédias musicais, que eternizaram Carmem Miranda, Grande Otelo e Oscarito, e as chanchadas. Já a Vera Cruz fazia filmes mais intelectualizados, como O Cangaceiro
Fora dela: O Brasil desejava criar uma Hollywood tupiniquim, mas os altos custos levam a Vera Cruz à falência e à redução do ritmo da produção
Alô, Alô, Carnaval – Sucesso mundial
Diretor: Adhemar Gonzaga
Ano: 1936
O Cangaceiro
Diretor: Lima Barreto
Ano: 1953
Criando uma identidade – Anos 50 e 60
Marco: O primeiro nu frontal, de Norma Benguell em Os Cafajestes (1962)
Na tela: Filmes preocupados com uma estética brasileira, deixando de lado a influência hollywoodiana, como O Pagador de Promessas, que ganhou a Palma de Ouro em Cannes e foi indicado para o Oscar de Filme Estrangeiro
Fora dela: A falta de motivação no país, causada pela falência da Vera Cruz, a derrocada na Copa e o pós-guerra, é rebatida por uma revolução cultural em que a música, a literatura, a arquitetura e o cinema têm papel fundamental
O Pagador de Promessas – O primeiro filme a concorrer ao Oscar
Diretor: Anselmo Duarte
Ano: 1962
Cinema Novo – Anos 60
Marco: O mote “uma câmera na mão e uma idéia na cabeça”, eternizado por Glauber Rocha e que se tornou lema do Cinema Novo
Na tela: Filmes baratos, com preocupações sociais, enraizados na cultura – e muitas vezes na miséria – brasileira
Fora dela: O governo militar, por meio do Instituto Nacional de Cinema, patrocinava apenas cineastas dispostos a falar bem do país. É como alternativa a essa produção que surge o Cinema Novo
Vidas Secas
Diretor: Nelson Pereira dos Santos
Ano: 1963
Deus e o Diabo na Terra do Sol
Diretor: Gauber Rocha
Ano: 1964
Embrafilme – Anos 70 e 80
Marco: A criação da Empresa Brasileira de Filmes (Embrafilme), em 1969
Na tela: Longas que serviam de propaganda do governo e comédias apolíticas. Com a ditadura mais branda, o órgão patrocina uma produção bem diversificada
Fora dela: As salas são obrigadas a exibir filmes nacionais por 112 dias no ano, o que impulsiona as bilheterias. Cheia de dívidas, a Embrafilme é extinta no primeiro dia do governo Collor, em 1990, e a produção quase desaparece
Aladim e a Lâmpada Maravilhosa
Diretor: J.B. Tanko
Ano: 1973
Dona Flor e Seus Dois Maridos – Maior bilheteria
Diretor: Bruno Barreto
Ano: 1976
Pra Frente Brasil
Diretor: Roberto Farias
Ano: 1983
Retomada – Anos 90
Marco: Carla Camurati se dedica a todas as etapas de produção de Carlota Joaquina – da busca de patrocínio à regência da orquestra que fez a trilha
Na tela: Produções bem-sucedidas mostram que sim, nós temos cinema: Terra Estrangeira, O Quatrilho e O que É Isso, Companheiro? são exemplos
Fora dela: Para incentivar as produções, o governo Fernando Henrique cria, em 1995, a Lei Rouanet e a Lei do Audiovisual, para que empresas possam deduzir do Imposto de Renda o dinheiro investido em cinema
Carlota Joaquina – A princesa do Brasil
Diretora: Carla Camurati
Ano: 1994
Brasil no Mundo – Virada do século
Marco: Reconhecimento internacional com sucessivas indicações aos festivais internacionais, como Berlim e o Oscar
Na tela: Filmes bem produzidos, bem finalizados e respeitados mundialmente como Central do Brasil e Cidade de Deus
Fora dela: Os críticos criam o selo “cosmética da fome” para rotular os dois filmes, já que ambos exportam um retrato tecnicamente bem acabado da miséria em nosso país
Central do Brasil – Vencedor do Festival de Berlim
Diretor: Walter Salles
Ano: 1998
Cidade de Deus – 4 indicações ao Oscar
Diretor: Fernando Meirelles
Ano: 2002
Sala cheia – Século 21
Marco: Filmes brasileiros voltam a encher as salas de cinema
Na tela: Os filmes de maior bilheteria têm sido produzidos pelo braço cinematográfico da Rede Globo. No primeiro semestre de 2003, Deus é Brasileiro, de Cacá Diegues, Carandiru, de Hector Babenco, e O Homem que Copiava, arrastaram em torno de 6,8 milhões de espectadores às salas. Olga é a maior bilheteria deste ano
Fora dela: A produção de cinema é totalmente dependente das leis de incentivo que permitem renúncia fiscal por parte dos patrocinadores
O Homem Que Copiava
Diretor: Jorge Furtado
Ano: 2002
Olga
Diretor: Jayme Monjardim
Ano: 2004