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Clóvis de Barros Filho – Showman da filosofia falando para as massas

Piadas, casos engraçados da própria família e alguma provocação arrogante são munição para as palestras de Clóvis de Barros Filho.

Por Thales de Menezes
Atualizado em 7 nov 2019, 14h00 - Publicado em 7 nov 2019, 13h00

lóvis de Barros Filho foi um dos filósofos brasileiros que conseguiram dar na última década o salto para entrar na turma dos palestrantes e escritores que surfam na onda da filosofia para as massas. Um de seus livros, A Vida que Vale a Pena Ser Vivida, escrito com Arthur Meucci, vendeu mais de 200 mil exemplares com textos de discussões sobre o significado da vida.

Nascido em Ribeirão Preto (SP), Barros é formado em direito pela Universidade de São Paulo e em jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero, com um mestrado em ciência política na Sorbonne e dois doutorados, um em direito na França e outro em ciências da comunicação no Brasil. Trocou a carreira de professor e várias atividades pela dedicação total às palestras e à publicação dos livros que sustentam seu arsenal de ideias.

A tarefa de projetar o ato de pensar como uma coisa pública é cumprida por Barros com muita desenvoltura diante de plateias que já chegaram ao impressionante número de 3 mil espectadores. Showman das palavras, é capaz de citar Nietzsche em clima de “stand-up comedy”.

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“É que adoro o que eu digo. É impressionante como me encanto com o que eu mesmo falo, é impressionante o quanto eu entendo quando eu mesmo explico. Porque tem gente que condena, as pessoas consideram isso arrogância. Mas pare para pensar: se você vai ter que conviver com você mesmo até o fim, se você vai ter que se aguentar até o fim, se você vai ser espectador de você mesmo até o fim, é melhor que se encante com o que faz.”

Suas definições bem distantes do discurso habitual da filosofia cativam, transmitidas com humor e alguma provocação. Para ele, “ética é uma luta constante contra a canalhice”. Em entrevistas, Clóvis lida com o rótulo de autoajuda adotado insistentemente por críticos da atual geração de filósofos em evidência no País.

“A palavra autoajuda virou uma categoria de produção editorial que abriga manifestações muito distintas. Se a autoajuda respeitasse o que quer dizer, ou seja, cada um refletindo como viver melhor, teríamos um ganho de lucidez. Mas nem sempre ela entrega o que propõe. Muitas vezes ela se limita a dicas e conselhos empobrecedores. Não é porque alguém se deu bem fazendo alguma coisa que essa mesma coisa se aplica a outras pessoas.”

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Mesmo com intenção de comunicar-se da maneira mais direta possível, as narrativas de Barros em palestras são complexas. Mas ele inclui piadas e recorre a palavrões. Como ao criticar quem diz ter dificuldades para aprender: “Errar o teorema de Pitágoras? Ele teve que criar essa merda do zero.

Você só tem que fazer conta. A hipotenusa é tanto, o cateto é tanto, quanto é o outro cateto? E você erra? Caralho! Vai ser burro assim na cadeia. E quer se justificar falando de pedagogia? A pedagogia que se foda!”

Seu livros escalam as listas dos mais vendidos. Como outras estrelas da filosofia pop, faz a linha “a união faz a força”. Uma conferida em sua bibliografia apresenta inúmeras parcerias. Com Leandro Karnal, escreveu Felicidade ou Morte para a coleção Papirus Debates. Nessa mesma série, lançou Ética e Vergonha na Cara!, com Mario Sergio Cortella, e O Que Move as Paixões, com Luiz Felipe Pondé.

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Outro sucesso nas livrarias é A Monja e o Professor, livro extraído de conversas com a Monja Coen, fundadora da Comunidade Zen-Budista do Brasil. Os dois discutem tópicos como ética, felicidade e a necessidade de um propósito para a vida. No propósito que escolheu, fazer filosofia pop, Clóvis de Barros Filho vai indo bem.

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