Sérgio Gwercman
Chico Xavier é uma das figuras religiosas mais importantes do país – se não for a mais. As cartas que ele psicografava levaram milhares de pessoas a procurá-lo em Minas Gerais. E contribuíram para fazer do Brasil um fenômeno kardecista – são cerca de 20 milhões de praticantes, mais do que em qualquer outro lugar do mundo. Chico trazia mensagens de conforto a famílias que sofriam com a perda de seus queridos. Era carismático. Não se valeu da confiança de seus seguidores para enriquecer. Sua liderança foi, acima de tudo, espiritual. Por tudo isso, merece ser muito respeitado.
Mas não podemos confundir respeito com reverência. Respeito você vai encontrar em cada página da reportagem escrita por Gisela Blanco e apurada em 4 cidades. Reverência não. Porque o jornalismo existe nas perguntas – e um jornalista não deve deixar de fazê-las, qualquer que seja a importância do personagem. É assim que trabalhamos aqui na SUPER. Não somos pró ou anti-Chico Xavier, como não somos favoráveis ou contrários ao papa, à Bíblia, a Charles Darwin.Nós nos damos o direito de fazer perguntas a todos eles. Às vezes, incômodas. Mas nem por isso desrespeitosas.
Nesse mês de abril, quando completaria 100 anos, Chico Xavier será merecidamente louvado em publicações, eventos e filmes. Ao homem que mudou o panorama religioso do Brasil, a SUPER deixa suas homenagens. E as perguntas também.