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Discografia selecionada

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h49 - Publicado em 1 out 2004, 01h00

Roberto Carlos – Roberto Carlos – CBS – 1969

Com o fim da jovem guarda, Roberto Carlos se reaproximou de Tim Maia para começar sua fase soul (“Não Vou Ficar”, “AsCurvas da Estrada de Santos”). Amadurecido, preparou a carreira para sua fase “adulta”. “Estou fugindo do passado, estou fugindo de mim mesmo”, cantaria no disco seguinte.

Vários artistas – Censurar Ninguém Se Atreve – Wop Bop – 1989

Uma coletânea caprichada, produzida por Albert Pavão e José Roberto Oldies, que não poderia ter vindo em melhor hora – final dos anos 80, quando a tecnologia e a busca pelo “cool” quase enterraram a diversão e a despretensão no rock. Menos romântica e mais informativa do que Estúpido Cupido, inclui a fundamental “Rock Around the Clock” com Nora Ney e mais raridades de Eduardo Araújo, Renato & Seus Blue Caps e outros.

Nilo Amaro & Seus Cantores de Ébano – Os Anjos Cantam – Odeon – 1961

Os tropicalistas propuseram a (con)fusão do global com o regional, do moderno com o eterno, do bacana com o cafona, como se isso nunca tivesse sido feito. Pois o carioca Nilo Amaro, no final dos anos 50, conseguiu montar um grupo no subúrbio fluminense, com vozes estupidamente bem ensaiadas, e importar os genes de formação, como os Platters e Ink Spots, para cantar maravilhas como “Leva Eu Sodade” e “Fiz a Cama na Varanda”.

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Celly Campello – Grandes Sucessos – EMI – 1995

Quando os hits de Celly Campello chegaram ao mundo do compact-disc, ficou claro o quão bem produzida, cantada, tocada e engendrada era a música da Rainha do Rock Brasileiro. Embora fossem versões, tinham uma convicção impressionante – e quase nunca versões de obviedades. Os produtores de Celly iam pescar no rock italiano e nos lados B de “roqueiros-bons-moços” como Paul Anka. Inclui, como curiosidade, temas gravados em 1968, após sua aposentadoria precoce.

The Jet Black’s – Twist – Chantecler – 1962

No início dos anos 60, o twist (e o hully gully e o calypso) era apontado como o novo estilo que poderia suceder e superar o rock. Mas os Jet Black’s não seguiram o estilo de Chubby Checker como o título sugere. As instrumentais “The Jet”, “Stick Shift”, “The Twist” davam braçadas em direção ao som melódico dos Shadows. A competência da banda, em especial do guitarrista José “Gato” Provetti, salta aos ouvidos e seria o passaporte para acompanhar diversos artistas da jovem guarda.

Betinho & Seu Conjunto – Rock e Calypso – Copacabana – 1958

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O título é justíssimo com a sonoridade do disco do autor de “Enrolando o Rock”: uma acelerada fusão de swing das big bands com os ritmos caribenhos, sempre enriquecidos com a pegada rock. “Calypso Rock” é um encontro mágico entre Elvis Presley e Benny Goodman numa ilha caribenha; “Rock do Galinheiro” vai na levada jazzística; e “Gabriel” flerta com ritmos cubanos. Tudo brilhantemente executado por Betinho, o primeiro grande guitarrista do rock brasileiro, e sua banda.

Ronnie Cord – Rua Augusta – RCA – 1964

O disco já vale por trazer a bem- vinda delinqüência de “Rua Augusta”, curiosamente uma composição de seu pai, o maestro Hervê Cordovil. O mineiro Ronnie Cord cantou um retrato perfeito das obsessões da “juventude transviada”: a velocidade, a diversão, a alienação com o mundo adulto. Depois de “Parei na Contramão”, de Erasmo e Roberto Carlos, Cord ajudava a mostrar que o rock brasileiro poderia ganhar alforria das versões e ter oportunidade de gerar hits que retratassem seu cotidiano.

Vários artistas – Estúpido Cupido – Som Livre – 1976

A novela de Mário Prata, exibida entre 1976 e 1977, caiu como uma luva na onda de revival dos anos 50 e levou toda a primeira geração do rock brasileiro ao grande público. Até então eram só velharias, mas embaladas na excelente trama, gemas como “Broto Legal” (Sérgio Murilo), “Neurastênico” (Betinho), “Bata Baby” (Wilson Miranda) ganharam ares de clássico. Os primeiros e definitivos clássicos do pop nacional.

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Sérgio Murilo – Sérgio Murilo – Columbia – 1960

Figura ímpar nos primeiros anos do rock brasileiro, o carioca Sérgio Murilo perpetuou em sua estréia a balada italiana “Marcianita”, que seria gravada (bem) posteriormente por Raul Seixas. Sérgio abrasava o coração dos brotos com sucessos “de bom-tom” de Neil Sedaka (“Oh! Carol”) e Paul Anka (“Put Yor Head on My Shoulder”), mas, como cantaria no LP seguinte, queria alguém “que não se pintasse, não fumasse, não bebesse e não soubesse sequer o que era rock’n’roll” (“Broto Legal”).

Roberto Carlos – É Proibido Fumar – CBS – 1964

Roberto Carlos já era um ídolo juvenil consagrado quando arriscou tudo lançando Splish Splash, em 1963. Depois da investida, não houve quem o demovesse da idéia de gravar mais um disco de rock. De “Broto do Jacaré” a “Amapola”, passando pela clássica faixa-título, o disco emula os estilos de Beach Boys, Buddy Holly e Duane Eddy, com o The Youngsters, mandando com competência hully-gully, twist e surf. “O Calhambeque” ia mais adiante, anunciando a chegada da jovem guarda no próximo ano.

Erasmo Carlos – Você Me Acende – RGE – 1965

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Gravado com os Fevers e lançado sob o sucesso de “Deixa de Banca” e “Gatinha Manhosa” (na versão de Renato & Seus Blue Caps), o disco mostra Erasmo seguindo a veia roqueira de É Proibido Fumar, de Roberto. O canto falado de “O Carango” acena para a pilantragem, enquanto “Cuide Dela Direitinho” e “O Homem da Motocicleta” descem a serra da surf music. Depois de azarar os brotos nas malandras “Peço a Palavra” e “É Duro Ser Estátua”, encarna Jerry Lee Lewis em “Alô Benzinho”.

Renato & Seus Blue Caps – Um Embalo com Renato & Seus Blue Caps – CBS – 1966

Na CBS, Renato Barros gozava de certo prestígio. Chegou a pedido de Roberto Carlos, que o queria para Splish Splash. Além disso, atuava como produtor. Mesmo assim não escapava das versões que eram impostas aos artistas. Neste quinto álbum, a aposta foi novamente os Beatles, além das autorais “Sim, Sou Feliz”, “A Garota Que Eu Gosto”, “Primeira Lágrima” e “Perdi a Esperança”. Mas a força de Renato estava em sua guitarra, definidora do som da jovem guarda.

Roberto Carlos – Roberto Carlos em Ritmo de Aventura – CBS – 1967

Ele já era do rock havia quatro anos quando gravou a trilha de seu primeiro filme – um primor do começo ao fim. Inspiradíssimo, o disco é contaminado pela soul music, o samba jazz e o iê-iê-iê e faz da coletividade seu mérito. Erasmo, Gato, Getúlio Côrtes, Renato Barros – os principais nomes da época deram sua contribuição. Caso raro de trilha com vida própria, já vale somente pelo solo sensacional de teclado de “Quando” e a guitarra atordoante de “Não Serve pra Mim” (Renato Barros).

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Golden Boys – The Golden Boys – Odeon – 1965

O pecado do Golden Boys foi ter surgido em meio à jovem guarda e ficar estigmatizado como iê-iê-iê – “Dançando o Surfin” reforça a idéia. Porém, as harmonias vocais sempre tiveram um quê de sofisticação. Nem por isso o grupo perdia a cabeça na hora de ser popular, registrando a versão “Erva Venenosa” – nos anos 70 viria “Fumacê”. Outra pepita do disco é “Toque Balanço, Moço”, aventura de Roberto e Erasmo pelos bailes black cariocas bem antes da fase soul do Rei.

Os Incriveis – Para os Jovens que Amam os Beatles, os Rolling Stones e os Incríveis – RCA – 1967

Os Incríveis já haviam lançado o disco/filme Nêste Mundo Louco naquele ano, quando trocaram a Continental pela RCA. Na nova casa, lançaram o compacto “Era um Garoto Que Como Eu Amava os Beatles e os Rolling Stones” (sucesso de Gianni Morandi) e, bang!, arrebentaram. Os Incríveis ainda se preveniram regravando “O Milionário”, êxito de seu disco de 1965, mas nada derrubaria o apelo deste título dos três pontinhos mais malandros do rock brasileiro.

Eduardo Araújo – A Onda É Boogaloo – Odeon – 1968

Novos ventos sopravam na música brasileira, e Eduardo Araújo percebeu que a jovem guarda já era. Tirou as vestes de roqueiro e enveredou pela soul music sob a supervisão de Tim Maia. No meio das versões de James Brown, Wilson Pickett e Ray Charles, “Você”, do síndico, e a impagável “Embrulhe Esta Marmita”. Arranjos sofisticados, teclados manhosos e metais cheios de classe num disco que revelou o que parecia óbvio: a voz rasgada de Araújo funciona uma beleza nos gêneros black.

Leno & Lilian – Leno & Lilian – CBS – 1966

A repercussão do compacto Pobre Menina, em março, fez o potiguar Gileno Osório e a carioca Sílvia Lília ganharem a vez na CBS. O sucesso da versão de “Hang on Sloopy”, do The McCoys – que foi gravado por ninguém menos que Quincy Jones um ano antes –, colocou a dupla como um curioso caso de iê-iê-iê romântico/rebelde. Renato Barros, líder dos Blue Caps, cedeu as composições “Eu Não Sabia Que Você Existia”, “Está pra Nascer” e “Devolva-me”, esta em parceria com Lilian.

Wanderléa – Wanderléa – CBS – 1967

A “Ternurinha” era mais popular que Ângela Maria e Elis Regina quando lançou o quinto disco, acompanhada dos Fevers. Formado basicamente de versões, o disco respira (e como!) em “Prova de Fogo”, pérola de influências negras de Erasmo Carlos. Brigado com Roberto, o “Tremendão” confirmou o punho para hits pouco depois de “Gatinha Manhosa”. Ainda houve espaço para faixas de Ed Wilson (“Acho Que Vou Lhe Esquecer”, “Vou Lhe Deixar”) e Carlos Imperial (“Horóscopo”).

Ronnie Von – Ronnie Von – RCA – 1968

Após gravar com os Mutantes um disco sob a égide tropicalista, Ronnie Von radicalizou e chegou o quanto pôde do psicodelismo com letras surreais (“Espelhos Quebrados”) e guitarras ferozes (“Sílvia: 20 Horas, Domingo”). A ousadia do primeiro disco muito doido teve seu preço. Restou a Ronnie brigar com o mercado, o que ele fez com este disco inteligente, anárquico e ousado, que levou à ruína o reino encantado onde se encontrava anteriormente.

Vários artistas – Tropicália ou Panis et Circensis – Philips – 1968

Um disco-manifesto que não envelhece, a despeito do tempo implacável. Sempre há uma surpresa. Afastado do calor dos acontecimentos de 1968, ele ganha novas dimensões. Nem era tão moderno assim – “Coração Materno” é fossa de Vicente Celestino; “Geléia Geral”, um baião; “Três Caravelas”, um chachachá. Mas lá estão Rogério Duprat e Manoel Barenbein construindo decks sonoros, molduras sinfônicas e saídas inesperadas em nome de um ambiente coletivo.

Caetano Veloso – Caetano Veloso – Philips – 1969

Exilado, Caetano Veloso provaria um inesperado (para ele) benefício da situação ao gravar seus discos “londrinos”. No primeiro, ainda dividido e angustiado, Caetano se submeteu a um repertório semiterapêutico, mas que ainda assim se vale de composições inéditas fortes, como “Atrás do Trio Elétrico” e “Irene”. A tormenta tropicalista se faz presente em “Acrílico” e “Alfômega; enquanto a saudade é manifestada na bossa “Carolina”, de Chico Buarque, e “Marinheiro Só”.

Gal Costa – Gal – Philips – 1969

Sem os bárbaros Gil e Caetano, exilados, Gal Costa refugiou-se para os lados de Jards Macalé e Lanny Gordin. Os amigos continuam presentes (“Cinema Olympia”, de Caetano, “Objeto Sim, Objeto Não”, de Gil), assim como o tropicalismo; mas Gal começa a descolar do movimento com um som mais pesado, como em “Pulsars e Quasars”. “País Tropical” (Jorge Ben) abre a gaiola para a canária, enquanto “Meu Nome É Gal” (Roberto Carlos e Erasmo) mete de vez o pé na porta.

Jorge Ben – Jorge Ben – Philips – 1969

Ocupado em fornecer músicas (e sucessos) para outros compositores, Jorge Ben se distraiu com sua própria carreira. Então, a Philips o chamou para um disco que reunisse todas aquelas gemas. Assim, ele compensou o hiato com o suingue trepidante de “Cadê Teresa”, “País Tropical”, “Bebete Vãobora”, “Que Pena”, “Take It Easy My Brother Charlie”. Apesar de boa parte já ter sido gravada na voz de outros, Ben conferiu o balanço de berço que as músicas mereciam com a retaguarda do Trio Mocotó.

Mutantes – Os Mutantes – Polydor – 1968

Em relação à música brasileira, era como se eles dissessem: “Nada de reverência, com todo o respeito”. Espontaneidade escorada em técnica e talento, laçada no ato por Duprat. Os Mutantes deram um passo gigante no pop e todos ficaram pra trás.

Mutantes – Mutantes – Polydor – 1969

“Não vá se perder por aí”, o trio avisa em seu segundo álbum. E realmente é difícil não se sentir desorientado com a empreitada. Afinados, os Mutantes e Rogério Duprat foram ainda mais fundo – e para os lados também – em sua peregrinação tropicalista. Com uma bússola de Norte psicodélico, chegaram até o rock jeca “2001” e à pomposa “Dom Quixote”. “Qualquer Bobagem” tem a gagueira de Arnaldo sob o beat de metrônomo. E ainda tiram um sarro da nossa cara com “Banho de Lua”.

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