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Discórdia sem fim

Os judeus chegaram primeiro, em tempos bíblicos.

Por Leandro Sarmatz
Atualizado em 31 out 2016, 18h58 - Publicado em 31 dez 2001, 22h00

Explosões, atentados, mortes, insatisfação geral. Toda semana, conflitos envolvendo palestinos e israelenses ocupam as manchetes dos jornais e os noticiários da TV do mundo inteiro. No meio da virulência de ações e argumentos, fica difícil entender o motivo de tanta briga. Veja abaixo por que judeus e muçulmanos se odeiam tanto.

Palestina

É a região que inclui o Estado de Israel e a Jordânia. Esse pedaço do mundo, localizado bem no cruzamento entre três continentes, foi habitado ao longo da história por diversos povos e é sagrada para cristãos, judeus e muçulmanos.

Uma longa história

Os judeus chegaram primeiro, em tempos bíblicos. Cristãos e muçulmanos vieram depois, com os impérios Árabe e Romano. Desde a Idade Média, a maioria da população é árabe, apesar dos esforços europeus de conquistá-la com as Cruzadas. No século XV, a região caiu sob o domínio do Império Otomano.

O século XX

No final do século XIX, surge o movimento sionista, com a proposta de criar um Estado para o povo judeu que estava espalhado pelo mundo. No começo do século XX, o movimento começa a incentivar a migração para a Terra Santa.

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A ocupação britânica

O Império Otomano terminou a Primeira Guerra despedaçado e os cacos foram recolhidos pelos vencedores da guerra. Coube à Inglaterra a Palestina e a península do Sinai, hoje parte do Egito. O clima não era pacífico entre árabes e os dominadores britânicos. E os judeus, que começavam a chegar de lugares tão distantes quanto Berlim e Casablanca, queriam um Estado só para eles.

Nova nação

O holocausto na Segunda Guerra gerou massas de migrantes judeus para a Palestina. Pressionada pela ONU e pela opinião pública, que queria ver a injustiça nazista reparada, a Inglaterra deixa a colônia. Em 1948, os judeus, minoria na região, ganham o Estado de Israel. Nasce também um pequeno Estado Árabe, que deixou os muçulmanos insatisfeitos.

Confusão

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Em 1948, as nações árabes invadem Israel. A Jordânia conquista parte de Jerusalém, mas os judeus, com o decisivo apoio americano, ganham a guerra e até expandem as fronteiras. Em 1967, Israel contra-ataca e toma a Margem Ocidental e Jerusalém (da Jordânia), as colinas de Golã (da Síria), a Faixa de Gaza e a península do Sinai (do Egito). Esta última seria devolvida ao Egito em 1982.

Tanques, mortes e acordos

Na última década, sucessivos acordos buscaram uma solução para o conflito. Jerusalém – Al Quds para os árabes – é um dos pontos nevrálgicos do bate-boca geopolítico. Os israelenses não admitem a possibilidade de abrir mão da sua capital e os palestinos negam-se a discutir qualquer hipótese que não seja a entrega definitiva e total da cidade. Como se vê, a luz no fim do túnel está bem longe.

A Palestina hoje

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Guerras e conflitos políticos desenharam o mapa de Israel

 

Sul do Líbano

Ocupada por Israel desde março de 1978, a região tem importância estratégica para o Estado judeu, pois o protege de eventuais invasões do país vizinho

 

Colinas de Golã

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Originalmente sob o poder da Síria, elas foram ocupadas por Israel durante a Guerra dos Seis Dias (1967) e anexadas ao país em 1981. A região possui vastos recursos hídricos

 

Cisjordânia

A região está sob domínio israelense desde 1967. Na década de 90, parte dela passou à Autoridade Palestina, sediada em Jericó

 

Jerusalém

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Al Quds para os árabes, a capital de Israel é disputada por palestinos e judeus. Os dois povos alegam motivos religiosos e políticos para reivindicar a cidade

 

Faixa de Gaza

Assim como a Cisjordânia, a Faixa de Gaza foi ocupada por Israel em 1967. Arranjos diplomáticos na década de 90 determinaram que a Autoridade Palestina deveria administrar a região, com exceção da cidade israelense de Netzarim

 

Cartografia do ódio

Veja as mudanças no mapa da Palestina

 

Dominação britânica

Em 1918, com a queda do Império Otomano, a Sociedade das Nações, antecessora da ONU, deu à Inglaterra os 27 000 km² da Palestina. Pressionados pelo nascente movimento sionista, os ingleses comprometem-se a apoiar a criação de um Estado judeu

 

Plano da ONU

Em 1948, quando o Estado de Israel foi criado pela ONU, a Palestina foi dividida para abrigar os Estados Judeu e Árabe. A península do Sinai foi entregue ao Egito e Jerusalém seria um distrito transnacional. Nenhum dos lados ficou satisfeito.

 

Primeiros conflitos

Logo após a criação do Estado de Israel (1948-49), as nações árabes invadiram o novo país. Fortalecido pelo apoio dos EUA, Israel venceu os conflitos e ainda expandiu suas fronteiras, mas perdeu metade de Jerusalém para a Jordânia

 

Guerra dos Seis Dias

Em 1967, Israel invadiu Síria, Líbano, Egito e Jordânia. A Faixa de Gaza e a Cisjordânia, mais a totalidade da cidade de Jerusalém, foram incorporadas ao Estado judaico. A península do Sinai foi tomada do Egito, mas seria devolvida em 1982

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