Dois mundos, uma realidade
Usar tecnologia virtual para manipular a vida real está se tornando cada vez mais comum. Uma consequência é que você pode dar adeus aos controles dos games. Outra: você nunca mais vai se perder
Texto Sara Godinho
Um tempo atrás, era comum separar o que era real e virtual. O primeiro era a nossa vidinha de todos os dias. O outro ficava dentro dos computadores. Só que isso está mudando. Graças a tecnologias como projeções e sensores hipersensíveis, já é possível encontrar diversas manifestações do mundo virtual no cotidiano. Daqui para a frente, essa realidade híbrida vai se tornar cada vez mais comum.
A junção de real e virtual tem aplicações em diversas áreas, como medicina, engenharia e publicidade. Mas é no entretenimento que essa união se torna mais evidente. Em especial, nos videogames.
Um exemplo é o Project Natal, apresentado em junho pela Microsoft na Electronic Entertainment Expo – ou E3, a maior feira de jogos eletrônicos do mundo. O sistema permite jogar Xbox 360 usando apenas os movimentos do corpo, sem nenhum tipo de controle. Tudo é feito por meio de uma câmera e de sensores, que captam as instruções conforme as ações do jogador. O que ele faz na vida real interfere na tela. No mesmo evento, a Sony também mostrou sua tecnologia para um controle baseado em movimentos, enquanto a Nintendo anunciou uma versão mais sensível de controle para o revolucionário Wii.
Outra tecnologia do gênero é a realidade aumentada. Ela ainda está engatinhando, mas pode ser vista por aí: na linha de impedimento projetada sobre o campo nas transmissões de futebol na TV, nas ações publicitárias em que você precisa apontar um símbolo geométrico para a webcam no seu computador, para que um objeto em 3D apareça na tela. Mesmo assim, algumas aplicações mais avançadas já são possíveis. Com um browser especial e um celular armado de GPS e câmera, dá para puxar informações de aluguel e venda sobre prédios e casas diretamente na tela do telefone, sobrepostas à imagem do edifício em questão.
O próximo passo é um mundo virtual se sobrepondo ao mundo real pra valer. Olhando pelo visor de um iPhone, já é possível enxergar um mapa sobreposto à imagem que mostra orientações geográficas. E não fica por aí. Uma das promessas é que filmes vão usar o local em que o espectador está como cenário. Aí, vai ser só dizer para a Megan Fox “Ô lá em casa” e ver o sonho virar realidade. Aumentada, mas ainda assim realidade.
NO FUTURO, AVIÕES VÃO USAR A REALIDADE AUMENTADA PARA PROJETAR A PISTA NA CABINE QUANDO HOUVER NEBLINA.