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Entrevistamos Henry Cavill, o Homem de Aço de “Batman vs Superman”

Henry Cavill virou o Superman em 2013, com "Homem de Aço". Agora, o inglês reprisa o papel em "Batman vs Superman: A Origem da Justiça" e enfrenta os fantasmas de atores passados, a expectativa dos fãs e as responsabilidades de assumir a capa vermelha - não que ele esteja reclamando.

Por Felipe Germano Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 11 mar 2024, 09h31 - Publicado em 22 mar 2016, 18h30

“Desculpe! Eu odeio que fiquem me esperando!”, afirma Henry Cavill, enquanto entra na sala, com 15 pontuais minutos de atraso. “O trânsito estava terrível!”, completa. Verdade. Do lado de fora da janela do hotel onde nos encontrávamos, caía uma chuva fina por toda Londres – o que só dificultava a ação da polícia, que bloqueava uma rua nas nossas proximidades por horas e horas, visando tirar uma criança do carro de um motorista fora de si. A ocorrência policial possivelmente teria sido resolvida muito mais rapidamente se um certo kriptoniano aparecesse voando, mas, na vida real, o primeiro Superman britânico dos cinemas precisava enfrentar apenas a imprensa. Com um suéter azul colado ao corpo, sem óculos, mas também sem capa, o ator bateu um papo com a SUPER na sua terra natal.

Apesar da fala tranquila, como a boa educação inglesa pede, a vida de Cavill acelerou bastante nos últimos tempos. Desde que ele encarnou Clark Kent, em 2013, emendou três protagonistas (dois deles usando o “S” no peito), em Homem de Aço, Agentes da U.N.C.L.E. e agora Batman vs Superman: A Origem da Justiça – que chega aos cinemas no dia 24. Ele sabe da importância do colante azul para sua carreira. Cavill toma cuidado para não mostrar o papel como um fardo. A chefia pode não gostar e ninguém quer ser superdemitido. Mas sabe do peso que essa capa traz: críticas de fãs exigentes, ficar à sombra da atuação de Christopher Reeve e virar o rosto de um personagem que pode marcar sua carreira para o bem ou para o mal. Tudo isso enquanto a pressão por um faturamento bilionário nos filmes de super-herói se torna quase que uma obrigação.

Esse filme está sendo esperado desde o Cavaleiro das Trevas do Frank Miller, no anos 1980. Todo nerd ao redor do mundo sempre quis ver um filme do Batman lutando com o Superman. Como você está lidando com essa responsabilidade?
Eu acho que é importante mostrar personagens como eles são nos quadrinhos e eu faço tudo que está ao meu alcance para fazer jus a isso. Não é uma pressão. Eu amo a responsabilidade que isso traz e eu levo isso muito a sério. Vejo como uma oportunidade. E é sempre um desafio, porque as pessoas enxergam o Superman de diferentes formas, então é sobre achar uma maneira que representa o Superman de um jeito que todos consigam se identificar, mantendo o principal do personagem.

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O Cavaleiro das Trevas parece ser a maior inspiração para o filme. Você pode falar um pouco da relação com os quadrinhos?
Em relação a essa história em quadrinhos especificamente, existem fortes ligações visuais, e partes que você vai olhar e falar “opa! Isso está igualzinho à HQ”, mas não é uma adaptação dos quadrinhos. Eu sei que o Zack [Snyder, o diretor] é um grande fã do Frank Miller e os uniformes do Batman são muito parecidos com o da história. Você vai ver algumas similaridades, existem alguns paralelos, mas não é só aquela HQ sendo colocada na tela. É definitivamente a ligação de muitas características do universo DC.

O personagem já teve grandes interpretações, como a de Christopher Reeve. O que você faz para não parecer uma cópia e criar seu próprio Superman?
Eu acho que o truque é não usar outros atores como fonte. Todo material necessário está nas histórias em quadrinhos. Se você faz isso, acaba até tendo alguns traços semelhantes a outras atuações, mas nunca parece que está imitando. Até porque todos estamos interpretando o mesmo personagem, e ele tem características que vão se repetir em todas as interpretações.

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Tem alguma história em especial que você usa para se inspirar?
Basicamente continuam as mesmas desde que eu comecei a interpretar o personagem, em Homem de Aço. Eu curto A Morte do Superman, O Retorno do Superman, Superman e Batman: A Busca por Kriptonita, Superman – Entre a Foice e o Martelo, e o arco envolvendo Brianiac e a cidade de Kandor. De qualquer forma, eu vou voltar para minhas leituras agora, porque estamos ampliando esse mundo e procurando boas ideias.

É a primeira vez que você vai interpretar o respeitado jornalista Clark Kent. Reeve basicamente o viu como um disfarce. Como você vai fazer? É um disfarce ou não?
Não é de fato um disfarce porque, vamos encarar, na verdade ele está só com um par de óculos pretos. E ninguém fala “olha, eu não reconheço mais ele”. Ambos são Superman, ambos são Clark Kent, mas Clark é muito mais uma representação do humano que ele seria se decidisse não se tornar o Superman, e o Superman é o reflexo dele vivendo com seus poderes plenos. Eu não interpreto como um disfarce, porque isso é ridículo. Eu interpreto como um personagem que age de maneira diferente. Se você virar e falar “Ei, você é o Superman?”, eu vou pensar “M***! Acho que está na hora de tomar um café, e não fazer mais contato visual com ele”.

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Existe alguma coisa mágica em ver super-heróis brigando entre si. A gente vai ver isso no Batman vs Superman, também vai aparecer no novo Capitão América. Por que você acha que rola essa fascinação?
Eles são heróis mitológicos, diferentes segmentos do que os personagens representam na nossa consciência. Acho que é bem simples, na verdade. Todos possuem suas complexidades, mas as coisas são muito claras. Batman tem alguns traços de personalidade, Superman tem outros, Homem de Ferro tem outros. E gostamos disso porque acreditamos em alguns desses traços, achamos que agir de determinada maneira, em determinado momento, é a coisa certa a se fazer. E outra pessoa acha que, na verdade, deveria ter agido de acordo com outro tipo de personalidade. Agora temos a chance, no cinema, de ver quem ganha: que personalidades sobressaem. É superinteressante para a gente. Por isso é tão legal, esses heróis são reflexos de nós – ou ao menos dos traços mais marcantes das nossas personalidades.  É isso que torna tudo tão divertido.

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Para você, quais as diferenças entre Batman e Superman?
Batman faz qualquer coisa pela justiça, e Superman faz a coisa certa e espera que haja justiça. O que são dois lados da mesma moeda. Batman é a melhor coisa do elemento humano e o Superman é a melhor coisa que um homem pode tentar ser.

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Mas como fazer para o personagem não ficar chato? Quer dizer, o Superman é quase invencível, perfeito… 
Na verdade ninguém é perfeito, eu diria que ele é excessivamente poderoso, e por isso se torna imperfeito. Ele não gosta de ter tanto poder porque isso faz com que aqueles que querem a mesma coisa que ele se sintam incapazes. Isso o torna imperfeito.

A gente vai ter o filme da Liga da Justiça em 2017, mas antes disso chegam aos cinemas Esquadrão Suicida e Mulher-Maravilha. Podemos esperar aparições do Superman nesses filmes?
É… Hum… Droga, o que eu posso dizer? Não em Esquadrão Suicida. Em Mulher-Maravilha eu não ouvi nada, mas ainda há tempo. Qualquer coisa além disso, eu não sei.

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Eu entrevistei o Frank Miller há não muito tempo, e ele disse que enxergava o Superman como um reflexo do que os judeus sofreram nos Estados Unidos durante a 2a Guerra. Você enxerga o Superman como o reflexo ou a essência de algo?
Eu vejo o Superman como a personificação de tudo que há de bom em nós. É o desejo que temos ou queremos ter de fazer a coisa certa. Isso não significa que ele está certo. Há pessoas que tentam acertar, mas percebem que suas ações podem trazer consequências. É isso que o Superman é, essa essência de esperança e boas intenções, e ele também pode fazer umas coisas legais, tipo voar e soltar raios pelo olhos. Haha. Ele é o símbolo supremo da esperança humana como espécie. Porque há tanto poder, tanta força, que a gente tem que direcionar isso para o caminho certo.

E qual a parte mais difícil de interpretar o Superman?
Não sei, eu curti todos as aspectos disso. Acho que a parte mais complexa é que muitas pessoas acham que é uma história muito difícil de ser contada, então evitam seus trechos mais complexos, sendo que, na verdade, é essa complexidade que me atrai. Quero falar sobre as complexidades do Superman e lidar com alguns traços do personagem. Acho que essa é a parte mais difícil, às vezes você se sente preso, mas essa é a natureza do cinema.

 

A cena final de Homem de Aço foi bem controversa. Muita gente amou, muita gente detestou. Como as reações alteraram Batman vs Superman, Liga da Justiça, e a forma como você encara o personagem?
Não me afetou de maneira nenhuma. Você teria que falar com o Zack [Snyder, o diretor de Homem de Aço e Batman vs Superman] sobre isso. Eu sabia o que estava fazendo, então me coloquei em um lugar em que era emocionalmente e psicologicamente ok, ou necessário, fazer aquilo. Então, as reações não mudaram minha visão. Eu me coloquei no lugar do Superman e percebi que, para o personagem, aquilo era extremamente necessário. Se eu não parasse Zod, tudo que eu conhecia seria devastado.

E se você tivesse que escolher um poder do Superman, qual seria?
Eu acho que voar seria muito útil.  Eu reduziria meu tempo na divulgação do filme. E poderia levar minha família para todos os tipos de férias.

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